A prática de comer placenta, também conhecida como placentofagia, tem ganhado espaço entre algumas celebridades. Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, por exemplo, contaram que consumiram o órgão de forma natural. Já a chef Bela Gil preferiu misturar com banana em uma vitamina, enquanto o DJ Calvin Harris optou por encapsular a placenta do primeiro filho, Micah, nascido recentemente. Mas afinal, pode comer placenta sem colocar a saúde em risco?
Apesar da curiosidade e da intenção de buscar benefícios à saúde, é importante lembrar que a placenta é um órgão temporário formado durante a gravidez. Ela atua como ponte entre a mãe e o bebê, garantindo trocas de nutrientes, oxigênio, hormônios e até anticorpos. Após o parto, a placenta naturalmente se desprende do útero e é descartada.
Comer placenta faz bem mesmo ou é só modismo?
De acordo com crenças populares, comer placenta faz bem à saúde da mulher após o parto. As justificativas mais comuns incluem melhora no bem-estar, estímulo à produção de leite, redução da depressão pós-parto, ganho de energia e até fortalecimento da imunidade. Algumas mulheres acreditam, ainda, que o órgão pode oferecer altas doses de ferro, vitaminas do complexo B e hormônios que auxiliam na recuperação.
No entanto, a ciência ainda não confirma esses efeitos. Pesquisas recentes mostram que não há diferença significativa entre mulheres que consumiram a placenta e aquelas que não o fizeram. Isso vale para níveis de energia, produção de leite, imunidade ou prevenção da depressão pós-parto.
Em outras palavras, comer placenta faz bem? Os estudos afirmam que não há evidências confiáveis que sustentem essa ideia. Assim, mesmo que alguns relatos pessoais tragam experiências positivas, os especialistas seguem cautelosos.
Calvin Harris anuncia nascimento do filho e comenta sobre comer placenta – Reprodução/Instagram
Entenda os riscos de comer placenta após o parto
Ao mesmo tempo em que cresce a curiosidade sobre esse tema, os riscos associados à ingestão da placenta também merecem atenção. Independentemente da forma de preparo – crua, cozida, assada, desidratada ou em cápsulas – o consumo pode trazer sérias consequências à saúde.
Por exemplo, a placenta pode estar contaminada por bactérias ou vírus, seja durante a gestação, no parto ou no momento da manipulação. Isso pode resultar em infecções como:
Hepatite A
Sífilis
HIV
Zika
Toxoplasmose
Infecção por Streptococcus tipo B
Além disso, estudos apontam que o órgão pode conter metais pesados, como chumbo, mercúrio, cádmio e arsênico, que são tóxicos ao organismo e aumentam o risco de intoxicação.
Portanto, apesar do apelo naturalista e das boas intenções, a prática envolve riscos reais. Por essa razão, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) não recomenda a ingestão da placenta, seja por mães, familiares ou qualquer outra pessoa.
Calvin Harris anuncia nascimento do filho e comenta sobre comer placenta – Reprodução/Instagram
Então, comer placenta é seguro?
Em resumo, embora a prática esteja em alta entre algumas personalidades, os riscos à saúde superam qualquer benefício não comprovado. Ou seja, por mais que pareça interessante ou promissor, os especialistas reforçam: não pode comer placenta de forma segura e sem riscos comprovados.
Além disso, é essencial conversar com um profissional da saúde antes de tomar qualquer decisão sobre o pós-parto. Há outras formas mais eficazes e seguras de promover a recuperação da mãe e o vínculo com o bebê.
Resumo: Algumas celebridades já compartilharam que comeram a placenta após o parto. No entanto, especialistas alertam que comer placenta faz mal à saúde e pode causar infecções graves. A prática não é recomendada por médicos e não possui respaldo científico.
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