No começo desta semana, uma explosão no Sol lançou uma nuvem de plasma em direção à Terra. A erupção aconteceu na terça-feira (5) e pode provocar tempestades geomagnéticas entre sexta (8) e sábado (9), formando as famosas auroras – luzes coloridas que dançam nos céus do extremo norte do planeta.
O fenômeno foi classificado como uma erupção M4.4, considerada de intensidade média. Segundo o Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA, a explosão deve causar, no máximo, breves apagões de rádio nas regiões polares e tempestades geomagnéticas G1 (fracas) ou G2 (moderadas), em uma escala que vai de G1 a G5.
Explosão da mancha solar AR4168 registrada pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, na terça-feira (5). Crédito: SDO/AIA
Vamos entender:
O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas na superfície, que representam concentrações de energia;
À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
As explosões são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
A classe M, no caso, denota os clarões de média intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
Um M2 é duas vezes mais intenso que um M1, um M3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.
Mancha que disparou jato de plasma solar pode ser vista com binóculos
A origem da erupção foi uma mancha solar extensa designada AR4168, visível com binóculos que tenham proteção adequada para observação solar. Durante o evento, o Sol expeliu uma CME que deve atingir o campo magnético da Terra nas próximas horas. Ao colidir com os gases presentes na atmosfera, essas partículas provocam as auroras boreais (no norte) e austrais (no sul).
As auroras são vistas mais frequentemente na cor verde, que é resultante a interação das partículas solares com o oxigênio presente na atmosfera da Terra. Crédito: Smit – Shutterstock
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As cores das luzes variam de acordo com o tipo de gás com os quais o material solar reage e a quantidade de energia envolvida. O verde, mais comum, é causado pelo oxigênio, que se excita com facilidade. Já as cores vermelha, azul, roxa e rosa surgem em situações mais energéticas, envolvendo também o nitrogênio.
Não há previsões atualizadas para a visibilidade, mas estima-se que as auroras devem ser mais facilmente observadas por quem estiver em regiões próximas ao Ártico.
Aurora capturada em 12 de agosto de 2024, em Yea, Victoria, Austrália. Quando as luzes aparecem em vermelho (ocasionalmente com toques de roxo, azul e rosa) significa que as partículas solares reagiram com o nitrogênio da atmosfera. Crédito: David via Spaceweather
Aurora e anti-aurora: qual a diferença entre esses fenômenos?
Além da aurora, existe também o fenômeno chamado anti-aurora, que apresenta uma redução significativa do brilho nos arredores das famosas luzes coloridas.
As anti-auroras costumam aparecer de forma difusa depois da meia-noite magnética (aproximadamente uma hora antes da meia-noite marcada no relógio). Saiba mais detalhes aqui.
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