As ações da Intel caíram mais de 3% nesta quinta-feira, 7, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a renúncia do CEO da empresa, Lip-Bu Tan, por seus vínculos anteriores com a China. “O CEO da Intel é altamente conflitante e deve renunciar, imediatamente”, escreveu Trump na rede Truth Social. “Não há outra solução para este problema.”
Segundo um porta-voz da Casa Branca, o presidente quer garantir que líderes de setores estratégicos tenham a confiança dos norte-americanos. Tan assumiu o comando da Intel há cerca de cinco meses, com a missão de reverter os resultados ruins da empresa.
A pressão do governo dos EUA aumenta os desafios da companhia, que já enfrentava dificuldades operacionais e de mercado. “Este é um ponto de crise para a empresa. A relação com a Casa Branca e o governo como um todo precisa ser endereçada”, disse Ray Wang, analista da Futurum Group.
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O episódio também reforça a pressão que Trump tem exercido sobre líderes empresariais em diversos setores. “Isso é, no mínimo, incomum, senão sem precedentes”, avaliou Meena Bose, diretora de um centro de estudos presidenciais da Universidade Hofstra.
Tan virou alvo de parlamentares
O senador republicano Tom Cotton enviou, nesta semana, uma carta ao conselho da Intel que aponta antigos vínculos de Tan com empresas chinesas. Outros senadores se manifestaram na mesma linha e também pediram a saída do executivo.
The new CEO of @intel reportedly has deep ties to the Chinese Communists. U.S. companies who receive government grants should be responsible stewards of taxpayer dollars and adhere to strict security regulations. The board of @Intel owes Congress an explanation. pic.twitter.com/3rYhHge6Wa
— Tom Cotton (@SenTomCotton) August 6, 2025
Cotton, que preside o Comitê de Inteligência do Senado, questionou os laços de Tan com o governo chinês, incluindo supostas ligações com o setor militar do país. Ele citou também o período em que o executivo liderou a Cadence Design Systems, empresa que pagou US$ 140 milhões por violar regras de exportação dos EUA ao negociar com uma universidade militar chinesa.
A Intel é beneficiária de bilhões de dólares em recursos federais para a expansão da produção doméstica de chips em Ohio. Isso atraiu a atenção de congressistas. “A Intel precisa ser uma administradora responsável dos recursos dos contribuintes e cumprir as regras de segurança”, escreveu Cotton.
Intel defende seu CEO
A empresa defendeu seu CEO e negou qualquer ameaça à segurança nacional dos EUA. Tan nasceu na Malásia e se naturalizou norte-americano. Antes de entrar no setor de semicondutores, atuou como investidor em empresas chinesas de tecnologia, o que levantou suspeitas em Washington.
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A companhia também enfrenta atrasos no projeto em Ohio e dificuldade para acompanhar rivais no setor de inteligência artificial. Parte do governo demonstra frustração com os obstáculos da Intel e cogita limitar futuras parcerias.
O senador republicano Bernie Moreno afirmou que a empresa “não cumpriu o prometido” a Ohio e defendeu uma investigação por fraude. Outros senadores, como Rick Scott (Flórida) e Jim Banks (Indiana), também pediram a saída de Tan.
As ações da Intel caíram mais de 50% nos últimos cinco anos, reflexo de decisões estratégicas malsucedidas e avanço tecnológico da concorrência.
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