Musk encerra equipe de projeto crucial para autônomos da Tesla

A equipe responsável pelo supercomputador Dojo, da Tesla, deixará de existir após a saída do líder do projeto, Peter Bannon, VP de engenharia de hardware, segundo a Bloomberg. O sistema bilionário foi projetado para treinar modelos de IA com foco em veículos de direção autônoma.

Os membros restantes do time serão transferidos para outros projetos de data center e computação dentro da empresa de Elon Musk, de acordo com a reportagem. O executivo vem falando sobre o poder do supercomputador desde 2019, destacando a sua capacidade de “processar quantidades verdadeiramente vastas de dados de vídeo”.

A mudança de rumo ocorre após a saída de outros 20 funcionários, que decidiram fundar a empresa de IA, a DensityAI, liderada pelo ex-chefe do Dojo, Ganesh Venkataramanan, e pelos ex-funcionários da Tesla, Bill Chang e Ben Floering, segundo o site TechCrunch.

Conselho da Tesla defende que empresa foque em se tornar potência em IA e robótica (Imagem: Frederic Legrand/Shutterstock)

Prestes a estrear no mercado, a nova startup vai desenvolver chips, hardware e software que alimentarão data centers para IA, usados em robótica, por agentes de IA e em aplicações automotivas.

Legado

Por anos, o Dojo foi alimentado pelo chip D1 da Tesla em conjunto com a GPU da Nvidia. Em 2023, o Morgan Stanley avaliou que o supercomputador poderia adicionar US$ 500 bilhões ao valor de mercado da empresa, com foco em robotáxis e serviços de software.

No entanto, o próprio Musk redirecionou a atenção do mercado para o Cortex, um ‘supercluster de treinamento de IA da Tesla, construído na sede da Tesla em Austin para solucionar problemas de IA no mundo real”, diz o TechCrunch.

Encerramento do projeto ocorre em meio à pressão de acionistas (Imagem: Stock all/Shutterstock)

Em julho, durante a teleconferência de resultados da Tesla, o executivo disse que a nova versão do Dojo poderia operar com uma escala em torno de 100.000 equivalentes H-100, fazendo referência ao supercomputador equipado com chips da Nvidia.

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Pressão do mercado

O encerramento do projeto ocorre em meio à pressão de acionistas que defendem a Tesla como uma empresa de IA e robótica — o conselho da empresa ofereceu ao executivo um pacote salarial de US$ 29 bilhões para mantê-lo focado na montadora.

Visão interna do robotáxi da Tesla (Imagem: Reprodução/Tesla)

A Tesla agora deve aumentar sua dependência da Nvidia e de parceiros externos, como a AMD para o setor de computação. Recentemente, a companhia fechou um acordo de US$ 16,5 bilhões com a Samsung para fabricar seus chips de inferência AI6, usados no treinamento de IA de alto desempenho (incluindo robôs humanoides Optimus).

Atualmente, a Tesla está testando o serviço de robotáxi em Austin, Texas, onde os veículos ainda dependem de um supervisor de segurança humano no banco do passageiro dianteiro. Em São Francisco, os carros ainda são operados por humanos, apesar de o serviço estar disponível no aplicativo “Tesla Robotaxi”.

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