Uma nova pesquisa revelou que Plutão está cheio de espinhos de gelo do tamanho de arranha-céus. Cerca de 60% da circunferência do planeta anão é ocupada por longas formações rugosas, segundo o estudo, que foi publicado na revista científica Journal of Geophysical Research: Planets.
Os dados vieram da missão New Horizons, da NASA, que capturou as primeiras imagens de Plutão em 2015. Durante a passagem, a sonda registrou formações pontiagudas de metano congelado, com alturas estimadas em cerca de 300 metros, tamanho similar ao da Torre Eiffel, na França.
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Porém, a nave só conseguiu fotografar em alta resolução o lado de Plutão que estava voltado para ela, chamado de hemisfério de encontro. Na nova pesquisa, os cientistas utilizaram dados coletados em frequências infravermelhas para complementar as informações sobre o corpo celeste.
A equipe descobriu que cerca de 60% da região equatorial do ex-planeta (rebaixado de categoria em 2006), mesmo do lado não observado, é rica em metano, o que sugere a presença dos espinhos. Essas estruturas estão localizadas em regiões de elevada altitude ao longo da circunferência do astro, na região de Tartarus Dorsa, a leste do famoso “coração de Plutão”.
Lado oculto de Plutão têm cerca de duas vezes mais rugosidades
Para encontrar os espinhos nas fotos em menor qualidade do lado oposto ao visto pela New Horizons, os pesquisadores tiveram de buscar “pistas indiretas” nas imagens. Dentre elas, o grupo analisou a rugosidade da superfície, suas irregularidades, encostas, cristas e torres.
Os cientistas notaram que esses ambientes rugosos aparecem mais escurecidos nas fotos devido às sombras criadas pelos traços do relevo. Isso significa que locais cobertos pelos picos congelados estariam mais escuros, embora não fosse possível afirmar diretamente sua presença.
A partir dessa lógica, a equipe examinou as fotografias do planeta anão com iluminações refletidas em diversos ângulos, tanto do lado observado pela sonda quanto do lado oposto. Usando um modelo matemático, os cientistas calcularam como o brilho da superfície plutoniana variava com a rugosidade.
Os cálculos mostraram que as regiões ricas em metano na face oposta de Plutão são cerca de duas vezes mais irregulares que o terreno no hemisfério de encontro. O estudo sugere que essa superfície irregular circunda entre 30 graus ao norte e ao sul do equador de Plutão, regiões onde as condições são ideais para isso, segundo os pesquisadores.
Novas evidências ainda são necessárias para confirmar as conclusões do estudo. Segundo a equipe, apenas uma nova missão espacial aos confins do Sistema Solar poderá esclarecer os mistérios em torno das enigmáticas torres de gelo de Plutão.
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