Café descafeinado faz diferença no cérebro? Ou é tudo a mesma coisa?

O café descafeinado, produzido por meio de processos que reduzem drasticamente a cafeína sem eliminar completamente os compostos naturais do grão, tem ganhado espaço entre os que buscam uma experiência mais leve. Ou seja, sem os efeitos estimulantes típicos da versão tradicional. Mas será que essa escolha impacta o funcionamento do cérebro?  

A boa notícia é que, mesmo com menos cafeína, o descafeinado não é apenas uma “versão diluída” da bebida. Ele ainda preserva antioxidantes, ácidos clorogênicos e outros compostos bioativos que podem contribuir para a saúde cerebral, ajudando na proteção dos neurônios, na melhora da cognição e até no humor. Ou seja, sua xícara continua sendo uma aliada do bem-estar, só que com menos agitação e mais equilíbrio. Entenda melhor a seguir!

Café tradicional ou descafeinado? Entenda os efeitos no cérebro

Brasil é o maior produtor de café do mundo (Imagem: igorr1/iStock)

O café tradicional contém entre 70 mg e 140 mg de cafeína por xícara, enquanto o café descafeinado possui apenas cerca de 3 mg. Essa diferença na concentração de cafeína é essencial para compreender como cada tipo de café afeta o cérebro.

Dessa forma, a cafeína é a principal responsável pelos efeitos estimulantes da bebida. Portanto, sua presença ou ausência define a intensidade da resposta fisiológica que o organismo terá após o consumo.

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No caso do café tradicional, a cafeína atua diretamente no sistema nervoso central, bloqueando os receptores de adenosina, um neurotransmissor que induz o sono e o relaxamento. Com essa ação, o cérebro entra em estado de alerta, aumentando a atenção, a velocidade de raciocínio e até o humor.

Por isso, muitas pessoas recorrem ao café para melhorar o desempenho cognitivo em tarefas que exigem foco. No entanto, o consumo excessivo pode provocar efeitos indesejados, como ansiedade, insônia e agitação.

Benefícios do café descafeinado para o cérebro

Segundo estudos o café pode proteger o coração de doenças/Shutterstock_Halfpoint

Já o café descafeinado, por conter uma quantidade mínima de cafeína, não gera aquele efeito de “ficar ligado” que muitos associam à bebida. Mesmo assim, ele mantém compostos antioxidantes e bioativos, como os ácidos clorogênicos, que contribuem para a saúde cerebral, ajudando na proteção dos neurônios e na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Um estudo da McGill University, publicado na revista Neurology, mostrou que a cafeína pode ajudar a aliviar sintomas motores do Parkinson, como lentidão e rigidez. Dessa forma, os resultados indicam que a cafeína pode ter efeitos neuroprotetores relevantes.

Café moído natural real com partículas em pó em um fundo escuro/Shutterstock_VVVproduct

Sendo assim, mesmo com quantidade de cafeína menor que o tradicional, o café descafeinado é uma excelente opção para quem deseja aproveitar os benefícios do café sem os estímulos intensos da cafeína. A alternativa é perfeita, especialmente, para pessoas com sensibilidade gástrica ou que enfrentam dificuldades para dormir.

Sem contar que, mesmo o café sendo descafeinado, o produto ainda mantém uma quantidade significativa de antioxidantes benéficos. Para se ter uma ideia, um estudo publicado em 2022 no European Journal of Preventive Cardiology acompanhou 449.563 participantes ao longo de 12,5 anos, analisando a relação entre o consumo de café e a saúde cardiovascular.

Os pesquisadores observaram uma redução significativa no risco de doenças cardíacas e mortalidade entre todos os consumidores de café, inclusive aqueles que optavam pelo descafeinado.

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