O cenário financeiro da Casas Bahia foi marcado por um prejuízo líquido de R$ 555 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 37 milhões registrado no mesmo intervalo em 2024.
O diretor financeiro da companhia, Elcio Ito, explicou que a elevação dos juros e uma base de comparação desfavorável influenciaram o resultado negativo. No período, mesmo com a adversidade, a companhia obteve crescimento operacional: o indicador de lucro operacional, depreciação e amortização (ou Ebitda) ajustado subiu 26,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 572 milhões.
Apesar desse avanço, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 1,1 bilhão, número muito superior ao prejuízo de R$ 42 milhões visto no segundo trimestre de 2024.
Impacto dos resultados
Ito destacou que, no ano passado, um ganho contábil pontual de R$ 637 milhões decorrente do reperfilamento da dívida inflou o resultado financeiro, o que torna a base de comparação ruim. “Distoa muito quando você olha o resultado deste ano contra o ano passado”, disse à Reuters.
Mesmo com o ambiente macroeconômico desafiador, o CFO acredita que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros podem gerar oportunidades para o setor. “Gera um ambiente competitivo, que é benéfico do nosso lado”, afirmou.
A empresa registrou alta de 6% na receita líquida, para R$ 6,8 bilhões, e queda de 2,9% nas despesas gerais e administrativas, que somaram R$ 1,5 bilhão entre abril e junho. O GMV do grupo avançou 7,6% ante o segundo trimestre de 2024, com destaque para vendas próprias (+6,1%) e marketplace (+16,2%).
Nas lojas físicas, o GMV bruto atingiu R$ 6,3 bilhões, alta de 5,8%, mesmo com o fechamento de 30 unidades nos últimos 12 meses, sendo 22 entre abril e junho. As lojas com mais de um ano de operação cresceram 6,7% no mesmo conceito.
Reestruturação financeira e futuro da Casas Bahia
Em agosto, a companhia anunciou a conversão de dívida, o que levou a gestora Mapa Capital a assumir 85,5% de participação. Segundo Ito, a Mapa Capital entra para dar continuidade no plano de transformação. “A gente não vislumbra nenhuma mudança relevante na estratégia da companhia”, acrescentou.
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Além da conversão de debêntures, a Casas Bahia alongou parte da dívida para 2027. A empresa informou que essas medidas trouxeram redução de 40% na dívida líquida e na relação dívida líquida/Ebitda, que passou de 1,8 para 1,1 vez, proporcionando alívio estimado em R$ 400 milhões no caixa nos próximos dois anos.
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