Dentes de 2,6 milhões de anos podem ser de parente humano desconhecido

Pesquisadores norte-americanos, em parceria com cientistas locais, encontraram dentes fossilizados de aproximadamente 2,6 milhões de anos na Etiópia. Os especialistas acreditam que eles tenham pertencido a um parente humano primitivo nunca visto antes e que pode ter vivido no mesmo local que Lucy, um dos fósseis mais antigos de um ancestral humano.

A descoberta foi feita no sítio arqueológico de Ledi-Geraru, região no nordeste da Etiópia, famosa por achados relevantes na paleoantropologia. Um estudo sobre o achado foi publicado nessa quarta-feira (13/8), na revista Nature.

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Ao todo foram encontrados 13 dentes. Dez deles têm 2,63 milhões de anos e pertencem a uma espécie não identificada de Australopithecus — gênero que inclui Lucy. Por isso, ela foi batizada com o nome provisório de Australopithecus Ledi-Geraru.

Outros três dentes são do gênero Homo, que inclui os humanos modernos. Dois são datados de 2,59 milhões de anos e um de 2,78 milhões de anos. Os fósseis podem ser da mesma espécie que o mais antigo Homo conhecido — o maxilar descoberto em Ledi-Geraru —, porém a hipótese ainda não está confirmada.

“Embora os espécimes de Australopithecus achados ainda não possam ser identificados em nível de espécie, sua morfologia difere de A. afarensis e Australopithecus garhi . Eles sugerem que o Australopithecus e o Homo primitivo coexistiram como duas linhagens não robustas na região de Afar há cerca de 2,5 milhões de anos”, descrevem os autores no artigo.

Importância da descoberta para a evolução humana

Os pesquisadores utilizaram camadas de cinzas vulcânicas acima e abaixo dos fósseis para determinar a idade das peças com alta precisão. Caso a hipótese de coexistência das espécies esteja correta, ela reforçaria a ideia que a árvore evolutiva humana é bastante ramificada.

Dentes podem pertencia a espécie desconhecida até o momento

Ainda não se sabe se Australopithecus e Homo competiam pelos mesmos recursos ou viviam em paz. Novos estudos também serão necessários para analisar a composição química do esmalte dentário, dando novas pistas sobre a espécie, como a forma de alimentação dela.

“Eles provavelmente não estavam comendo as mesmas coisas. Mas agora não sabemos ao certo. Tudo o que encontramos é uma peça do quebra-cabeça da evolução humana”, finaliza a coautora do artigo, Kaye Reed, em entrevista ao portal britânico Live Science.

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