IA cria antibióticos inéditos contra superbactérias letais

Pesquisadores do MIT criaram, com ajuda de inteligência artificial generativa, dois novos antibióticos em potencial capazes de combater a gonorreia resistente a medicamentos e o MRSA, superbactéria associada a infecções graves.

Os compostos, projetados átomo por átomo, eliminaram as bactérias em testes laboratoriais e em animais, mas ainda levarão anos até chegarem a ensaios clínicos.

O avanço, publicado na revista Cell, pode inaugurar uma “segunda era de ouro” na descoberta de antibióticos, segundo o professor James Collins.

Inteligência artificial avança na luta contra infecções resistentes (Imagem: raker/Shutterstock)

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Detalhes do estudo

A equipe treinou a IA com dados químicos e informações sobre como diferentes estruturas moleculares afetam bactérias, permitindo ao sistema criar moléculas inéditas e filtrar as que se assemelhavam a antibióticos já existentes ou apresentavam toxicidade potencial.

A pesquisa avaliou 36 milhões de compostos, partindo tanto de fragmentos químicos conhecidos quanto de criações totalmente originais.

Dos 80 candidatos mais promissores para gonorreia, apenas dois foram sintetizados e testados com sucesso em camundongos.

Dois compostos promissores eliminam gonorreia e MRSA em testes, reacendendo esperança no combate às superbactérias Inteligência artificial avança na luta contra infecções resistentes(Imagem: Prrrettty/Shutterstock)

Descoberta tem potencial, mas há desafios

Especialistas, como o Dr. Andrew Edwards, do Imperial College London, destacam o potencial “enorme” da abordagem, mas alertam para o longo e caro processo de garantir segurança e eficácia.

Há também desafios econômicos: o desenvolvimento de antibióticos é pouco atrativo para a indústria devido ao retorno financeiro limitado, o que pode dificultar a chegada de novas drogas ao mercado.

Mesmo com esses obstáculos, a pesquisa reforça a promessa da IA como ferramenta estratégica para expandir o arsenal contra a crescente resistência bacteriana, problema que já causa mais de um milhão de mortes por ano no mundo.

IA generativa do MIT projeta dois antibióticos promissores após analisar 36 milhões de compostos químicos (Imagem: Shutterstock/LALAKA)

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