O telescópio espacial Hubble registrou a imagem mais nítida já feita do cometa interestelar 3I/ATLAS, que atravessa nosso Sistema Solar a 200 mil km/h.
O objeto celeste foi descoberto em julho deste ano pelo sistema automático de rastreamento Atlas, no Havaí, e chamou a atenção dos cientistas por sua velocidade recorde. Agora, o telescópio Hubble, operado pela Nasa em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), fez um registro ainda mais preciso do 3I/ATLAS.
Leia também
Hubble encontra buraco negro 174 milhões de vezes maior que o Sol
Telescópio Espacial Hubble registra nuvens que parecem algodão-doce
Nova imagem do Hubble revela detalhes inéditos da Galáxia do Sombrero
“Cometa do Século” é flagrado por astrônomo amador no interior de SP
A imagem divulgada mostra uma espécie de casulo azulado de poeira que envolve o núcleo gelado, enquanto ao fundo as estrelas aparecem distorcidas devido ao rastreamento preciso do cometa em movimento.
Segundo a Nasa, o núcleo sólido do 3I/ATLAS pode variar entre 320 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro, dependendo da densidade real do material.
O Hubble conseguiu identificar um jato de poeira expelido da face iluminada pelo Sol e uma cauda ainda em formação, sinais de que o objeto está em processo de aquecimento e sublimação à medida que se aproxima da estrela.
Esse comportamento é semelhante ao de cometas originados na própria região do Sistema Solar, mas o 3I/ATLAS carrega a particularidade de ser um visitante de fora dele, provavelmente vindo de regiões distantes após bilhões de anos vagando pelo espaço interestelar.
Os cientistas acreditam que o cometa ganhou impulso ao ser lançado de seu sistema original por interações gravitacionais com estrelas e nebulosas, tornando-se um verdadeiro viajante cósmico.
“É como tentar visualizar uma bala de rifle em movimento por um milésimo de segundo”, comparou o astrônomo David Jewitt, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), que lidera a equipe responsável pela análise da imagem. Para ele, esse tipo de observação só é possível graças às novas tecnologias de varredura do céu, que permitem detectar visitantes antes invisíveis.
Além do Hubble, telescópios como o James Webb, o TESS, o Swift e o Observatório Keck também estão monitorando o 3I/ATLAS para analisar sua composição química e trajetória.
A expectativa é de que o objeto permaneça visível para instrumentos terrestres até setembro, quando se aproximará ainda mais do Sol. Caso resista à essa passagem, poderá ser novamente observado no final do ano.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!