Viroses costumam trazer dias difíceis, mas quando os sintomas não passam, é importante buscar ajuda médica. Foi o que aconteceu com britânico Mathew Rutherford, de 35 anos, que acreditava ter contraído uma virose estomacal da filha. Porém, a piora do quadro o levou ao hospital, onde recebeu o diagnóstico de câncer.
Em junho deste ano, tanto Mathew quanto a filha, Marnie, ficaram doentes. A família acreditou, no início, que se tratava apenas de uma virose. No entanto, enquanto o homem desenvolveu uma infecção na gengiva e precisou de antibióticos, a menina foi diagnosticada com uma infecção urinária.
“Achamos estranho que eles estivessem doentes ao mesmo tempo. Ele continuou mal e, então, nossa filha voltou a ficar doente. Depois descobrimos que ela tinha uma infecção no ouvido, então não era algo que pudesse ser transmitido”, contou Laura Lineker, 34, noiva de Mathew, ao jornal The Sun.
Piora dos sintomas e diagnóstico do câncer
Nos dias seguintes, a saúde de Mathew se agravou. Laura conta que insistiu para que ele procurasse atendimento, mas o homem resistia. “Ele pensou que ficaria bem depois que terminasse os antibióticos e não queria desperdiçar o tempo dos médicos”, relata.
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Cerca de quatro dias depois, Mathew já não conseguia sair da cama por causa do cansaço extremo e das dores nas pernas. Laura chamou uma ambulância, mas os paramédicos recomendaram apenas paracetamol e que ele fosse ao pronto-socorro se não melhorasse no dia seguinte.
Na manhã de 27 de julho, Laura acordou e encontrou o noivo vomitando e decidiu levá-lo imediatamente ao hospital.
Mathew passou por exames de sangue e uma biópsia de medula óssea que revelaram leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer dos glóbulos brancos. Os médicos também identificaram um quadro de sepse provocado por um abscesso.
O que é a leucemia mieloide aguda (LMA)?
A leucemia mieloide aguda é um tipo de câncer que atinge as células do sangue e da medula óssea, região onde são produzidas as células sanguíneas.
Na LMA, as células mieloides, que são um tipo de glóbulo branco, sofrem alterações genéticas que fazem com que se multipliquem de maneira descontrolada, ocupando o espaço das células saudáveis da medula óssea.
Esse processo reduz a produção normal de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, o que pode causar anemia, infecções recorrentes e sangramentos.
A causa exata da LMA nem sempre é conhecida, mas alguns fatores podem aumentar o risco, como exposição a determinados produtos químicos, predisposição genética, tratamentos de câncer anteriores ou outras doenças hematológicas.
Os sintomas também variam, mas geralmente incluem cansaço e fadiga, palidez, infecções frequentes, sangramentos incomuns como no nariz ou na gengiva, hematomas fáceis, dor nos ossos e febre.
A notícia foi um choque. “Fiquei completamente horrorizada. Não contamos às crianças por uma semana. Disse a elas que o papai estava de férias. Só quando percebemos que ele teria que ficar internado por mais tempo é que contamos que estava doente”, lembrou Laura.
Mathew e Laura são pais de Marnie e Freddie, de três anos. Para tentar amenizar a situação, eles recorrem a brincadeiras. “As crianças têm um kit médico, e quando fomos visitá-lo, nosso filho vestiu jaleco e gorro de médico dizendo que queria ajudar a cuidar do papai”, conta.
Mathew Rutherford e Laura Lineker com os filhos Marnie e Freddie
Início da quimioterapia
Em 7 de agosto, Mathew iniciou quimioterapia no Hospital Eastbourne, na Inglaterra, onde permanece internado para reduzir o risco de infecções.
“O sistema imunológico dele está muito debilitado. Há três dias não consigo visitá-lo porque há febre aftosa circulando na creche. Se eu contrair e levar para ele, pode ser fatal”, explica Laura.
Segundo ela, os filhos têm sentido muito a ausência do pai. “Nossa filha é muito nova para entender, mas percebe que algo está errado e está muito emotiva. Já nosso filho pergunta por que o papai não pode voltar para casa e acorda no meio da noite chamando por ele. Tento dizer apenas que os médicos vão ajudá-lo a melhorar”, diz.
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