Cientistas encontram vírus com a cauda mais longa já observada

Os vírus são os parasitas mais frequentes da Terra. Estima-se que existam mais de 500 mil variantes conhecidas e, entre todas elas, não há nenhuma que tenha uma cauda tão longa quanto a do PelV-1, um patógeno recém descoberto.

Em um artigo publicado nessa terça-feira (19/8), em versão de pré-print (quando ainda não foi revisado por pares), pesquisadores relatam que o PelV-1 possui uma cauda 20 vezes maior do que a de um vírus comum. O microrganismo foi capturado enquanto infectava um plâncton do Oceano Pacífico.

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Enquanto a maioria destes pequenos patógenos tem caudas de aproximadamente 135 nanômetros, a do PelV-1 possui 2,3 mil nm ou 0,002 milímetros. Os nanômetros são uma unidade de medida tão pequena que são usados para mensurar átomos, que costumam ter entre 0,1 e 0,5 nanômetro.

A diferença do PelV-1 para a maioria dos vírus seria comparável a de um humano adulto para uma baleia-azul, o maior animal do planeta. Anteriormente, o P74-26 era o parasita do tipo com a cauda mais longa, com um apêndice de aproximadamente 875 nanômetros.

Para que o vírus usa a cauda longa?

O oceanógrafo Andrian Gajigan, da Universidade do Havaí, nos Estados Unidos, e seus colegas responsáveis pela descoberta suspeitam que essa cauda impressionante ajude o vírus a encontrar seus hospedeiros e a se fixar neles, já que os hospedeiros em que eles foram encontrados são plânctons pouco frequentes.

Como são incapazes de se reproduzir por própria conta, os vírus necessitam parasitar células de seres vivos. Por isso, quanto mais estratégias tiverem para garantir isso, melhor. Além da cauda, o PelV-1 possui ganchos em formato de estrela na ponta que o ajudam a se fixar nas células.

Ele pertence a uma família de vírus gigantes que, curiosamente, é dependente de hospedeiros diminutos como as amebas e plânctons. Como esta família foi descoberta após 2003, os pesquisadores destacam que provavelmente ainda há muitos outros por descobrir.

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