Cientistas da Universidade do Sudeste, na China, desenvolveram um novo tipo de cimento capaz de manter edifícios naturalmente mais frescos, reduzindo a necessidade de ar-condicionado. A inovação foi detalhada na Science Advances.
O problema do cimento tradicional é que ele absorve a radiação solar e retém calor, aumentando a temperatura interna dos prédios.
Para contornar isso, a equipe liderada por Wei She modificou a fórmula do material: incorporou minúsculos cristais refletivos de etringita, que permitem que o cimento reflicta a luz solar e emita calor em vez de absorvê-lo.
Leia mais:
Expulsa o calor! Bioplástico ‘milagroso’ pode deixar sua casa mais fresquinha
Calor extremo: abril de 2025 foi o 2º mais quente já registrado
Beber água é o suficiente para se prevenir de efeitos de onda de calor?
Descobertas do estudo
Nos testes realizados no telhado da Universidade Purdue, nos EUA, o material ficou 5,4 °C mais frio que o ar ambiente sob sol intenso.
Ele também demonstrou alta durabilidade em análises mecânicas, ambientais e ópticas.
Com apoio de algoritmos de aprendizado de máquina, os pesquisadores calcularam que o novo cimento poderia alcançar uma pegada de carbono líquida negativa em 70 anos, transformando uma das indústrias mais poluentes do mundo.
“Transformamos de forma inovadora materiais de cimento de absorvedores de calor em refletores de calor”, destacaram os autores.
Alternativa para diminuir consumo de energia
Se adotado em larga escala, o cimento super-resfriado pode reduzir drasticamente o consumo de energia em edifícios, que hoje respondem por cerca de 40% da demanda global, além de criar cidades mais frescas, saudáveis e sustentáveis.
O post Adeus, ar-condicionado? Novo cimento mantém prédios mais frios que o ar ambiente apareceu primeiro em Olhar Digital.