O Brasil deve registrar em 2025 uma das maiores saídas de pessoas de alta renda da sua história recente. Levantamento da consultoria Henley & Partners estima que 1,2 mil milionários brasileiros — com patrimônio superior a US$ 1 milhão — devem se mudar para o exterior neste ano. O volume é 50% maior que em 2024.
Segundo a consultoria, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking global de êxodo de milionários, atrás apenas de Reino Unido, China, Índia, Coreia do Sul e Rússia.
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Caso se concretize, a saída desses milionários pode representar a transferência de cerca de US$ 8,4 bilhões (R$ 46 bilhões) em patrimônio. As informações foram obtidas pelo portal Gazeta do Povo.
Motivos para a saída dos milionários
A violência aparece entre as principais razões para o movimento, de acordo com especialistas. Famílias de alta renda citam o medo da criminalidade como o “gatilho final” para deixar o país.
Outros fatores apontados são a alta carga tributária, a instabilidade política e econômica e a percepção de que os serviços públicos não entregam retorno proporcional aos impostos pagos.
Para Leonardo Chagas, especialista em investimentos e colaborador do Instituto Millenium ouvido pela Gazeta do Povo, o impacto vai além da perda financeira: “Vão embora empresários, executivos e investidores com experiência para criar negócios e inovar”.
“Essa fuga de cérebros enfraquece o ecossistema de startups e a capacidade do país de competir globalmente”, avalia o especialista.
Efeitos econômicos
Estudo do Instituto Millenium aponta que o Brasil perdeu 18% dos seus milionários entre 2014 e 2024. A saída contínua drena capital que poderia financiar empresas, gerar empregos e movimentar setores como o imobiliário e o de consumo.
Segundo Chagas, o processo cria um ciclo vicioso: “O governo perde contribuintes importantes e o dinheiro que eles gastariam em produtos e serviços”. “Esse rombo fiscal limita a capacidade do Estado de investir em melhorias, criando um ciclo vicioso”, disse.
O especialista também alerta que a fuga passa uma mensagem negativa a investidores externos: “Se os próprios brasileiros estão desistindo do país, por que alguém de fora deveria investir aqui?”.
Cenário internacional
O fenômeno não é exclusivo do Brasil. O Reino Unido, por exemplo, lidera o ranking mundial de saída de milionários, depois de políticas recentes de aumento de impostos sobre herança e ganhos de capital. Segundo o Instituto Millenium, o resultado foi a redução da arrecadação, que caiu 18%, em vez de crescer.
Por outro lado, destinos como Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Itália e Portugal atraem brasileiros em busca de estabilidade política, segurança jurídica e qualidade de vida.
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