A Covid longa é uma condição caracterizada pela persistência de sintomas depois da infecção pela Covid-19. Ela pode durar pelo menos três meses após a exposição ao vírus e afeta a capacidade de realizar atividades diárias, bem como a saúde geral de uma pessoa.
Os sintomas comuns incluem fadiga, falta de ar e névoa mental, e podem variar de um paciente para outro, desaparecendo e retornando com o passar do tempo. Não há um teste específico para identificar a condição, com o diagnóstico sendo feito a partir dos sintomas.
Condição limita capacidade dos pacientes
Estima-se que a covid longa afeta cerca de 6% das pessoas infectadas pelo vírus.
A maioria das pesquisas sobre o tema se concentrou na descrição de sintomas.
No entanto, os efeitos desta condição para a nossa saúde ainda são pouco conhecidos.
Em um artigo publicado na The Conversation, os pesquisadores Danielle Hitch e Genevieve Pepin, da Deakin University, e Kieva Richards, da La Trobe University, apresentam novas conclusões sobre o assunto.
Segundo eles, a covid longa não é apenas desconfortável ou inconveniente.
Ela pode limitar profundamente a capacidade dos pacientes.
Os prejuízos para a qualidade de vida das pessoas podem ser comparados aos verificados em doenças como síndrome da fadiga crônica, acidente vascular cerebral (AVC), artrite reumatóide e Parkinson.
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Tarefas domésticas são as mais afetadas
Os pesquisadores contam que analisaram 121 adultos que vivem na Austrália e foram diagnosticados com a covid longa. Eles contraíram o vírus entre fevereiro de 2020 e junho de 2022, não necessitando de hospitalização. Mesmo tanto tempo depois, o grupo continua com sintomas da doença.
Pessoas com covid longa relataram incapacidade pior do que 98% da população australiana em geral. Um total de 86% das pessoas com a condição atingiram o limite de deficiência grave, em comparação com 9% dos australianos em geral. Em média, as pessoas tiveram problemas com as atividades diárias em cerca de 27 dias por mês e não conseguiram ‘funcionar’ em cerca de 18 dias.
Artigo publicado no The Conversation
O estudo revelou que tarefas como comer ou vestir-se foram menos afetadas. Já tarefas domésticas em geral e de socialização foram bastante prejudicadas, causando graves impactos na qualidade de vida destas pessoas.
Fadiga não é apenas estar cansado. Pode significar perder a concentração ao dirigir, desistir de hobbies ou se afastar de amizades queridas. Nosso estudo mostra que a covid longa quebra conexões e cria lutas diárias que se espalham para famílias, locais de trabalho e comunidades.
Artigo publicado no The Conversation
O trabalho ainda destaca a necessidade de oferecer serviços de reabilitação para pessoas com covid longa. Tudo isso, no entanto, exige um maior conhecimento sobre a condição, principalmente em relação aos efeitos deste problema para o nosso organismo a longo prazo.
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