Se a música faz as pessoas se moverem mais rápido, correrem ou dançarem, ela também pode acelerar a produção de cerveja. Cientistas da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriram que tocar certos sons durante a fermentação pode reduzir o tempo de preparo da bebida em até 31 horas, sem mudar seu sabor.
O estudo foi publicado em maio, na revista Food Research International, e analisou como vibrações sonoras afetam a levedura, o fungo responsável por transformar açúcares em álcool e dióxido de carbono.
Quando os pesquisadores aplicaram um som específico, chamado de ruído branco, as leveduras cresceram mais e trabalharam mais rápido. Isso significa que elas consumiram os açúcares com mais eficiência, produzindo álcool em menos tempo.
Como o som acelera a produção da cerveja
O som funciona de duas maneiras: ele cria pequenas vibrações nas partículas do líquido e mudanças na pressão. No estudo, os cientistas usaram um dispositivo especial, chamado atuador linear, que gera principalmente vibrações sem agitar demais a cerveja.
A técnica mantém mais leveduras em suspensão e acelera o processo de fermentação sem aumentar compostos que poderiam prejudicar o sabor ou o aroma.
“A energia sonora estimulou processos celulares e vias metabólicas, aumentando o crescimento da levedura e acelerando o consumo de açúcares do mosto, mas não alterou significativamente a composição do sabor da cerveja”, explicou Parise Adadi, pesquisador responsável pelo estudo, em comunicado.
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Durante os testes, dois lotes de cerveja foram comparados. O lote submetido ao ruído branco, em frequências entre 800 e 2 mil hertz e intensidade próxima a 140 decibéis, fermentou entre 21 e 31 horas mais rápido que o lote que não recebeu estímulo.
Benefícios e futuras aplicações
A fermentação mais rápida ajuda a produzir cerveja com mais eficiência, sem mudar o sabor ou o aroma, porque o método não cria compostos indesejados. “Se essa estimulação sonora se mostrar escalável, poderá revolucionar a tecnologia de fermentação, trazendo inovações para outros produtos fermentados, como vinho e destilados”, acrescentou Adadi.
Os pesquisadores reforçam que o efeito foi observado em condições de laboratório. Estudos futuros poderão avaliar como a técnica se comporta em escalas maiores e em processos industriais.
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