A temporada de seca em algumas regiões do Brasil já está no auge. Pele e lábios ressecados, garganta e olhos irritados, além do aumento das infecções respiratórias, como gripes e resfriados, são algumas das ocorrências mais comuns durante a época com baixos níveis de umidade.
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Ao tentar driblar o ar seco e melhorar o conforto dentro de casa, muitas pessoas utilizam soluções caseiras ineficazes e que podem até agravar problemas de saúde, além de favorecer a proliferação de fungos, ácaros e bactérias.
A baixa umidade deixa o ar mais seco e contribui para que a mucosa nasal perca sua capacidade de filtrar partículas, aumentando a entrada de poeira, vírus e bactérias pela respiração. Sem lubrificação devido à secura, olhos, garganta e pele são prejudicados.
“Esse conjunto de fatores explica o aumento de queixas como rouquidão, tosse seca, crises alérgicas e até infecções respiratórias”, explica a médica especialista em alergia e imunologia Brianna Nicoletti, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Erros comuns ao tentar aumentar a umidade em casa
Usar umidificadores sem limpar
O uso de umidificadores pode ser bastante eficaz para diminuir os efeitos da seca em casa. No entanto, sem a limpeza adequada, o aparelho pode se transformar em um verdadeiro reservatório de microrganismos prejudiciais à saúde. A limpeza deve ser feita diariamente e no aparelho só deve ser utilizada água filtrada.
Deixar toalhas molhadas ou bacias cheias pelos cômodos
Sem os cuidados necessários, as medidas não são muito eficazes para aumentar a umidade, além de criar condições ideais para a multiplicação de fungos e ácaros. As toalhas devem ser trocadas todos os dias e alocadas em ambientes ventilados para não gerar mofo.
Tomar banho quente com portas e janelas fechadas
Algumas pessoas acreditam que o vapor gerado em banhos com água quente pode deixar o ambiente mais úmido, porém o resultado pode ser outro. “Na verdade, o vapor se condensa nas paredes, fomentando mofo e não melhorando efetivamente a umidade do cômodo”, explica o médico pneumologista William Schwartz, coordenador de Pneumologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Toalhas molhadas podem ajudar a melhorar umidade em casa, mas devem ser trocadas diariamente
Utilizar aromatizadores e purificadores em excesso
O uso excessivo de purificadores e aromatizadores de ambiente pode liberar substâncias irritantes ao organismo ou até ressecar ainda mais o ar. Utilizar óleos essenciais ou essências não indicadas em umidificadores também pode causar irritação nas vias respiratórias, além de danificar o aparelho.
Medidas eficazes para melhorar a umidade
Segundo Brianna, uma ação eficiente é o cultivo de plantas dentro de casa. Elas podem contribuir para o equilíbrio da umidade, além de melhorar a qualidade do ar. Aparelhos para monitorar a umidade do ambiente, como higrômetros, também são úteis.
Além das medidas externas, é essencial reforçar os cuidados com o corpo. Beber bastante água, aplicar hidratantes na pele, usar soro fisiológico nas narinas e colírios lubrificantes nos olhos ajudam a amenizar os efeitos da seca.
Nos dias de umidade baixa, é importante evitar a exposição ao sol forte e evitar a realização de atividades físicas intensas ao ar livre, principalmente das 10h às 16h.
Schwartz recomenda que portadores de doenças respiratórias, como asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), devem sempre estar com a medicação à mão, além de evitar lugares com poeira e fumaça.
“Crianças pequenas e idosos também devem ter atenção redobrada, pois sentem mais rápido os efeitos do calor e da falta de água no corpo. Por isso, vale a pena aumentar a ingestão de líquidos, usar protetor solar, roupas leves, chapéu e dar preferência a ambientes fechados e climatizados”, ensina o pneumologista.
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