Entre as adaptações mais curiosas e impressionantes dos oceanos, o peixe-olho-de-barril se destaca. Ele tem uma cabeça transparente que permite que seus olhos tubulares se virem para cima, como se olhassem por um teto solar, ajudando-o a caçar em águas extremamente escuras, onde a luz quase não chega.
Normalmente, o peixe permanece quase imóvel nas profundezas, com os olhos voltados para cima. Essa posição permite detectar silhuetas de presas que passam sobre sua cabeça. Pigmentos verdes em seus olhos bloqueiam qualquer mínima luz que chegue da superfície, tornando mais detectável o brilho bioluminescente de águas-vivas e outros pequenos animais que flutuam acima dele.
O peixe-olho-de-barril parece um submarino alienígena com dois olhos verdes brilhantes espiando pela janela da cabine. Crédito: 3dsam79 – Shutterstock
Esse animal se alimenta de minúsculos crustáceos e outras criaturas que ficam presas nos tentáculos das águas-vivas. A cabeça cheia de fluido não apenas facilita a visão, como também protege o peixe das células urticantes, de modo que ele consiga se alimentar sem se ferir. Esse sistema visual incomum torna possível vigiar presas de forma eficiente, mesmo em condições de escuridão quase total.
Espécie é difícil de se encontrar
Cientificamente chamado Macropinna microstoma, o peixe-olho-de-barril foi descrito pela primeira vez em 1939. Ainda não se conhece sua distribuição completa pelos oceanos, mas a maioria dos registros vem do Pacífico Norte, do Mar de Bering até o Japão e a Baixa Califórnia. Por causa de sua cúpula cheia de fluido, que colapsa quando o animal é puxado para a superfície, ele raramente aparece em registros científicos ou ilustrações.
No entanto, em 2009, pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI) capturaram um exemplar vivo que sobreviveu algumas horas em aquário a bordo. Isso permitiu confirmar que o peixe consegue girar os olhos para frente e focar no alimento, derrubando a ideia de que eles ficavam fixos apenas para cima. Imagens captadas por submarinos remotos na Califórnia Central, entre 600 e 800 metros de profundidade, também registraram esse comportamento.
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Outras criaturas profundas, como lulas-de-vidro, desenvolveram transparência para se camuflar e escapar de predadores, mostrando que esse recurso é comum no mar profundo. Na superfície, sapos-de-vidro da América Central e do Sul tropical possuem barrigas translúcidas, o que ajuda na camuflagem, misturando-os ao ambiente e dificultando que predadores vejam suas silhuetas em meio às folhas verdes.
Taonius borealis é uma lula de vidro pertencente ao gênero Taonius encontrada no Oceano Pacífico Norte, variando do Japão ao sul da Califórnia. Crédito: NOAA Ocean Exploration, Seascape Alaska
Os peixes bebem água?
Já parou para pensar se os peixes bebem água? A resposta é: sim, mas não exatamente como os humanos e outros animais fazem. Basicamente, os peixes absorvem água por osmose. Mas a intensidade desse processo varia conforme o ambiente em que eles vivem (mar ou rio) e também de acordo com a espécie.
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