Quantos anos você tem? Agora me diga quantos anos seu corpo tem? Sim, há uma diferença entre a idade cronológica e a idade biológica. E as duas nem sempre são iguais: você pode ser mais novo cronologicamente, mas sua idade biológica mostra uma pessoa muito mais envelhecida, ou pode ocorrer o contrário.
Testes biológicos de envelhecimento, também conhecidos como relógios de envelhecimento, quando bem formulados, podem ajudar na prevenção de doenças relacionadas à idade e mortalidade precoce, como explica uma matéria do LiveScience.
Como calcular sua idade biológica
Se a idade cronológica é bem simples, descobrir sua idade biológica depende uma série de fatores. O cálculo procura entender como seu corpo está, se os sistemas estão funcionando bem, comparando o funcionamento de órgãos e células com uma linha de base média e saudável.
O conceito por trás da idade biológica, explica Eric Sun, professor assistente de engenharia biomédica do MIT, exige uma análise mais complexa para entender “como seu corpo está se comportando ao longo do tempo e quais os riscos e vulnerabilidades para várias doenças no futuro”.
Pense em nosso corpo como uma bateria. No começo, a carga está completa. Com o passar do tempo, a carga geral vai caindo.
E, para medir essa queda, pesquisadores e médicos usam relógios do envelhecimento, também conhecidos como relógios ômicos ou testes de idade biológica. Mas nem adianta correr para pedir que seu médico solicite o “exame”.
A ciência da idade biológica ainda está engatinhando, com pesquisadores desenvolvendo uma série de relógios de envelhecimento baseados em diferentes métricas – perfis proteicos, alterações no DNA, função do sistema imunológico, entre outros.
Como funcionam os relógios de envelhecimento
Os relógios de envelhecimento utilizam modelos estatísticos baseados em aprendizado de máquina. Com isso, conseguem reconhecer padrões e fazer previsões com base nesses padrões.
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Para isso, os modelos são treinados com base em milhares de pontos de dados de biomarcadores, como a proteína C reativa e a contagem de glóbulos brancos.
O sangue é uma excelente fonte de biomarcadores porque circula por todo o corpo e inevitavelmente detecta sinais de doenças.
Eric Sun, professor assistente de engenharia biomédica do MIT, ao LiveScience
Além disso, os relógios também utilizam dados sobre a idade cronológica das pessoas e sobre seu estado de saúde. Com isso, o algoritmo analisa esses dados e busca por padrões, antes de interpretar as informações e poder fazer uma previsão sobre a idade biológica da pessoa estudada.
Para que servem os relógios de envelhecimento?
Basicamente, para que eles sejam úteis, os relógios de envelhecimento precisam ser capazes de “prever o futuro”. Para Dan Henderson, médico de atenção primária no Hospital Brigham and Women’s e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, eles “precisam prever com precisão o risco de doenças dos pacientes e mudar em resposta a uma pessoa que recebe um tratamento eficaz. E, se o tratamento estiver funcionando, a ‘idade’ da pessoa deve diminuir”.
Entenda a idade biológica:
Diferença de idades: cronológica ≠ biológica; corpo pode estar mais jovem ou envelhecido.
Cálculo da idade biológica: avalia órgãos, células e biomarcadores; usa testes e relógios de envelhecimento.
Funcionamento dos relógios: modelos de aprendizado de máquina analisam dados de saúde e biomarcadores.
Aplicações: prever riscos de doenças e monitorar eficácia de tratamentos.
Limitações: ciência ainda em início; resultados podem variar; uso restrito a laboratórios.
Mas, por enquanto, as aplicações úteis dos relógios de envelhecimento ainda estão restritas aos laboratórios.
Ainda há muito ruído nos dados, muito potencial para atirar conclusões errôneas sobre o que impulsiona o envelhecimento e o que está associado a ele.
Dan Henderson, médico de atenção primária no Hospital Brigham and Women’s e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, à LiveScience
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