Nos últimos anos, o consumo de vitaminas virou uma febre: muitas pessoas recorrem a suplementos em busca de energia, imunidade e bem-estar. Mas o excesso desses nutrientes pode trazer riscos sérios à saúde. Entender os limites de cada vitamina e suplementar apenas quando necessário ajuda a evitar complicações, como hipervitaminose e sobrecarga de órgãos. Confira a seguir os riscos associados ao consumo excessivo de cada tipo de vitamina.
Vitamina B12: essencial, mas com atenção
A vitamina B12 é fundamental para a produção de glóbulos vermelhos, o bom funcionamento do sistema nervoso e a manutenção da energia. No entanto, a suplementação exagerada pode causar efeitos indesejados.
“O consumo excessivo pode sobrecarregar fígado e rins, além de favorecer alterações na pele, como acne e rosácea”, explica Eliana Teixeira, endocrinologista e nutróloga, ouvida pelo Terra.
Sintomas de excesso de vitamina B12:
Dor de cabeça
Ansiedade e insônia
Palpitações
Alterações digestivas
Erupções cutâneas
A B12 é encontrada naturalmente em carnes, peixes, aves, ovos e derivados do leite. Vegetarianos e veganos devem suplementar apenas com orientação médica e exames laboratoriais.
Vitamina D: importante, mas não em excesso
A vitamina D fortalece os ossos, regula o metabolismo do cálcio e melhora a resposta imunológica. Contudo, o excesso pode causar acúmulo de cálcio nos rins e artérias, além de náuseas e aumento da pressão arterial.
Especialistas recomendam a ingestão diária de 600 a 800 unidades internacionais, conforme idade e condições de saúde, e lembram que apenas 15 minutos de exposição solar diária são suficientes para a síntese natural do nutriente.
Mesmo nutrientes essenciais podem prejudicar a saúde quando consumidos em excesso – Crédito: FreePik
Vitamina C: cuidado com o consumo exagerado
Muito consumida para reforçar a imunidade, a vitamina C em excesso pode provocar diarreia e, de forma crônica, cálculos urinários. A suplementação deve ocorrer apenas quando exames laboratoriais confirmarem deficiência.
Vitaminas lipossolúveis: A, E e K
As vitaminas lipossolúveis se dissolvem em gordura, dificultando a eliminação do excesso.
Vitamina A: excesso pode gerar problemas neurológicos e risco teratogênico em gestantes.
Vitamina E: megadoses aumentam risco de hemorragias e mortalidade a longo prazo.
Vitamina K: excesso interfere na coagulação sanguínea.
O tratamento da hipervitaminose dessas vitaminas exige interrupção da ingestão e acompanhamento médico, podendo levar semanas ou meses para normalização.
Como prevenir a hipervitaminose
Para evitar problemas, é importante:
Consumir vitaminas preferencialmente por meio de alimentos naturais.
Suplementar apenas quando exames laboratoriais indicarem deficiência.
Seguir orientação médica sobre doses e duração do tratamento.
Segundo o professor Helio Vannucchi, da USP, “cada nutriente tem limites específicos; ultrapassá-los pode causar hipervitaminose e efeitos adversos sérios”.
Resumo: O consumo exagerado de vitaminas, mesmo essenciais, pode gerar sintomas como dor de cabeça, insônia e alterações digestivas. Cada nutriente tem limites específicos, e a suplementação só deve ser feita com acompanhamento médico e exames laboratoriais.
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