Novo tratamento contra o Alzheimer chega ao Brasil

Considerada a forma de demência mais comum do mundo, o Alzheimer afeta mais de 55 milhões de pessoas ao redor do planeta. A doença neurodegenerativa é caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio.

Apesar de todos os avanços da medicina, diagnosticar esta condição de forma precoce ainda é um grande desafio. Mas um novo medicamento que começará a ser disponibilizado no Brasil promete mudar este cenário.

Anvisa aprovou o uso do medicamento no Brasil (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Produto não deve ficar disponível no SUS

O Kisunla (donanemabe) é o primeiro medicamento destinado a tratar o comprometimento cognitivo ou demência leve no início do Alzheimer.

Em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do produto.

O tratamento é indicado para pacientes com estágio inicial da doença e ficará disponível somente em algumas clínicas e hospitais particulares, sem previsão para chegada ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O produto injetável é administrado uma vez por mês e será comercializado em embalagem de ampola com doses de 20 mililitros sob prescrição médica.

O preço do frasco pode chegar a R$ 5.495,76, mas as clínicas podem cobrar mais por outros serviços prestados.

Unidades do Alta Diagnóstico, da rede Dasa, por exemplo, oferecerão o medicamento em São Paulo e no Rio de Janeiro por R$ 8 mil.

Este valor inclui a medicação, o neurologista que vai acompanhar o paciente antes e depois da aplicação, além de todos os materiais e atendimento.

As informações são da Folha de São Paulo.

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Medicamento foi desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly (Imagem: reprodução/Eli Lilly)

Medicamento pode ajudar a retardar a progressão da doença

O medicamento é um anticorpo monoclonal fabricado pela farmacêutica Eli Lilly e que atua na redução de placas beta-amiloide no cérebro. O Kisunla não trata sintomas como perda de memória, desorientação, mudanças na personalidade e no comportamento, mas pode ajudar a retardar a progressão da doença.

Em estudo realizado com 1.736 pacientes foi identificado que os indivíduos que usaram dosagem de 700 mg e 1.400 mg a cada quatro semanas tiveram menor progressão da condição. Outras pesquisas mostraram que o tratamento retardou o declínio clínico em 35% e reduziu o risco de progressão da doença em até 39%, além de remover placas amiloides em 76% dos pacientes após 18 meses.

Alzheimer é a forma de demência mais comum do mundo (Imagem: Atthapon Raksthaput/Shutterstock)

Entre os efeitos colaterais observados estão mal-estar, tremores e calafrios, mas todos leves e passageiros. No entanto, os cientistas também identificaram alterações de imagens relacionadas ao tratamento anti-amiloide. Elas costumam ocorrer no início do tratamento e precisam ser monitoradas constantemente pelos médicos.

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