Considerada a forma de demência mais comum do mundo, o Alzheimer afeta mais de 55 milhões de pessoas ao redor do planeta. A doença neurodegenerativa é caracterizada pela perda gradual de funções cognitivas, como memória, linguagem e raciocínio.
Apesar de todos os avanços da medicina, diagnosticar esta condição de forma precoce ainda é um grande desafio. Mas um novo medicamento que começará a ser disponibilizado no Brasil promete mudar este cenário.
Produto não deve ficar disponível no SUS
O Kisunla (donanemabe) é o primeiro medicamento destinado a tratar o comprometimento cognitivo ou demência leve no início do Alzheimer.
Em abril deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do produto.
O tratamento é indicado para pacientes com estágio inicial da doença e ficará disponível somente em algumas clínicas e hospitais particulares, sem previsão para chegada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O produto injetável é administrado uma vez por mês e será comercializado em embalagem de ampola com doses de 20 mililitros sob prescrição médica.
O preço do frasco pode chegar a R$ 5.495,76, mas as clínicas podem cobrar mais por outros serviços prestados.
Unidades do Alta Diagnóstico, da rede Dasa, por exemplo, oferecerão o medicamento em São Paulo e no Rio de Janeiro por R$ 8 mil.
Este valor inclui a medicação, o neurologista que vai acompanhar o paciente antes e depois da aplicação, além de todos os materiais e atendimento.
As informações são da Folha de São Paulo.
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Medicamento pode ajudar a retardar a progressão da doença
O medicamento é um anticorpo monoclonal fabricado pela farmacêutica Eli Lilly e que atua na redução de placas beta-amiloide no cérebro. O Kisunla não trata sintomas como perda de memória, desorientação, mudanças na personalidade e no comportamento, mas pode ajudar a retardar a progressão da doença.
Em estudo realizado com 1.736 pacientes foi identificado que os indivíduos que usaram dosagem de 700 mg e 1.400 mg a cada quatro semanas tiveram menor progressão da condição. Outras pesquisas mostraram que o tratamento retardou o declínio clínico em 35% e reduziu o risco de progressão da doença em até 39%, além de remover placas amiloides em 76% dos pacientes após 18 meses.
Entre os efeitos colaterais observados estão mal-estar, tremores e calafrios, mas todos leves e passageiros. No entanto, os cientistas também identificaram alterações de imagens relacionadas ao tratamento anti-amiloide. Elas costumam ocorrer no início do tratamento e precisam ser monitoradas constantemente pelos médicos.
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