O open finance completou cinco anos no Brasil e já faz parte do dia a dia de milhões de correntistas, mesmo que de forma quase invisível. A tecnologia, que permite o compartilhamento seguro de dados financeiros entre diferentes instituições, está por trás de inovações como o Pix por aproximação e o Pix automático, que vem substituindo o tradicional boleto bancário.
O grande diferencial é que tudo acontece com o consentimento do usuário, que pode autorizar e revogar o uso de suas informações a qualquer momento, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Open finance já está no seu bolso
Hoje, o open finance permite desde autorizar cobranças recorrentes até visualizar saldos de diversas contas bancárias em uma única tela. A tecnologia também impulsiona a oferta de crédito, aumentando em até 30% a taxa de aprovação para bons pagadores.
Em 2023, o sistema avançou para além das contas correntes e passou a incluir dados de investimentos, câmbio, seguros, previdência privada, capitalização e credenciamento.
Entre os principais benefícios já disponíveis para o consumidor estão:
Pagamentos instantâneos via Pix por aproximação;
Pix automático para substituir boletos;
Consolidação de saldos em diferentes bancos em uma única interface;
Crédito com taxas mais baixas para bons pagadores;
Compartilhamento seguro de dados de investimentos e seguros.
Open finance também também impulsiona a oferta de crédito no Brasil (Créditos: dusanpetkovic / iStock)
Desafios e próximos passos
Apesar do sucesso, a expansão do open finance enfrenta gargalos. Segundo a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), de 50% a 60% das operações ainda apresentam falhas, enquanto os cartões de crédito e débito têm taxa de sucesso de 99,5%. O desafio é elevar a eficiência das transações sem abrir mão da segurança, que já se mostra superior à de cartões bancários.
Outro obstáculo está na adesão de empresas. Em 2024, foram mais de 40 milhões de consentimentos de pessoas físicas, mas apenas cerca de 400 mil de pessoas jurídicas. Questões burocráticas e tecnológicas, como múltiplas contas e maquininhas em filiais, ainda dificultam a integração plena do open finance no ambiente corporativo.
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Para superar essas barreiras, o Banco Central estuda permitir o processamento de Pix em lotes, facilitando a vida de médias e grandes empresas que fazem alto volume de transações. Além disso, há planos para lançar a portabilidade de crédito via open finance em 2026, ampliando a concorrência entre bancos e trazendo mais vantagens para correntistas e empresas.
O Banco Central estuda permitir o processamento de Pix em lotes (Imagem: Iara Faga/Shutterstock)
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