PIB cresce 0,4% no 2º trimestre, segundo IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil expandiu 0,4% no segundo trimestre deste ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 2. O resultado representa o 16º período consecutivo de crescimento e o patamar mais elevado desde 1996.

Apesar do avanço, o ritmo da economia perdeu força em relação ao trimestre anterior, quando o PIB havia subido 1,3%. Mesmo assim, o resultado superou levemente as estimativas de analistas, que projetavam aumento de 0,3%. Na comparação anual, a economia cresceu 2,2%.

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A agropecuária, que se destacou no início do ano, recuou 0,1% entre abril e junho, mas esse desempenho negativo foi compensado pela alta de 0,6% nos serviços e de 0,5% na indústria. O consumo das famílias também teve papel relevante, com elevação de 0,5%.

O setor de serviços atingiu novo recorde, impulsionado principalmente pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que subiram 1,2%. O segmento de informação e comunicação também avançou 1,2%, enquanto transporte, armazenagem e correio cresceram 1%.

O crescimento do PIB no 2T foi de 0,4% em linha com nossa expectativa, e um pouco acima do consenso de 0,3%. Na variação a/a, o PIB cresceu 2,2% e indica tendência de desaceleração em relação ao último trimestre que havia sido de 2,9% (e 3,4% em 2024).

O crescimento foi puxado… pic.twitter.com/MyvySZKO8j

— Rafaela Vitoria (@rvitoria) September 2, 2025

Já o consumo do governo recuou 0,6%, e os investimentos registraram queda de 2,2%, reflexo da retração na construção civil e na produção de bens de capital. O recuo “era um efeito esperado a partir da política monetária restritiva [juros elevados]”, segundo a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis. “As atividades indústrias de transformação e construção, que dependem de crédito, são mais afetadas nesse cenário.”

No setor industrial, a principal contribuição veio da indústria extrativa, que apresentou alta de 5,4%, com a extração de petróleo e gás responsáveis por cerca de 80% desse resultado. Outros segmentos industriais, como eletricidade e gás, indústria de transformação e construção, recuaram.

Em 12 meses, a agropecuária acumula alta de 10,1%, apesar da leve queda recente. Rebeca atribui o bom desempenho anual à safra recorde de soja e milho no início do ano, após um final de 2024 prejudicado por fatores climáticos.

Tarifaço ainda não respingou no PIB

Pelo lado da demanda, o crescimento do consumo das famílias e o saldo positivo do setor externo compensaram a redução nos gastos do governo e nos investimentos. “Ainda continua o dinamismo no mercado de trabalho, continuamos com o crescimento dos salários totais recebidos pelas famílias e continuamos com as políticas de transferência de renda do governo”, avalia Rebeca. “Tudo isso continua ajudando bastante.”

Quanto ao comércio exterior, Rebeca ponderou que os impactos das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros ainda não foram sentidos, devendo aparecer no próximo trimestre. “Todos os efeitos do tarifaço, [] só veremos no terceiro trimestre”, diz.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou em julho a expectativa de crescimento do PIB para 2,5% em 2025, ligeiramente acima da projeção anterior de 2,4%. O secretário Guilherme Mello destacou a aproximação das previsões do mercado com as da SPE, impulsionadas pela resiliência do mercado de trabalho e maior otimismo com o consumo das famílias.

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