Uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em conjunto com o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) revela a desigualdade na conexão digital no Brasil. O principal ponto analisado foi o tempo sem internet móvel devido à falta de franquia de dados.
No total, 593 usuários dos serviços de telefonia celular (pré e pós-paga) ou banda larga fixa de todo o país participaram do levantamento por telefone. As entrevistas aconteceram entre agosto de 2023 e junho de 2024.
Prejuízos causados pela falta de acesso à internet
A pesquisa revela que 35% das pessoas com renda de até um salário mínimo e 35,6% das que recebem entre um e três salários mínimos ficaram sete dias ou mais sem acesso à internet móvel nos 30 dias anteriores ao estudo.
Esse cenário se agrava para os consumidores de menor renda: 11,6% ficaram mais de 15 dias desconectados, valor quase seis vezes maior do que o observado entre aqueles com renda superior a três salários mínimos (2,2%).
A falta da franquia de dados no celular e o acesso ao Wi-Fi ainda fizeram que 63,8% dos brasileiros deixassem de utilizar serviços bancários ou financeiros. Para 56,5%, a falta de conectividade impediu o acesso a plataformas de serviços do governo, enquanto 55,2% deixaram de estudar e 52,3% deixaram de acessar serviços de saúde.
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O trabalho também revelou disparidade na compra de celulares por faixa de renda.
Entre os indivíduos com renda de até um salário mínimo, 51% declararam ter aparelhos com valor inferior a RS 1 mil.
Em contrapartida, nas faixas de renda mais elevadas, predominam os dispositivos mais caros, evidenciando a influência da barreira financeira no acesso a dispositivos mais modernos.
Para a conselheira diretora da Anatel Cristiana Camarate, “os resultados da pesquisa apontam caminhos para aperfeiçoar iniciativas específicas de desenvolvimento da conectividade significativa, visando à inclusão digital de todos os cidadãos”.
As informações são da Agência Brasil.
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