A campanha Setembro Verde é dedicada à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Conhecemos a importância de ser doador – e como isso pode devolver a esperança a milhares de pessoas nas filas de transplantes.
Mas pouca gente fala sobre como é a vida de quem passa por um transplante? A resposta vai muito além da cirurgia. Depois de receber um novo órgão, o paciente precisa se adaptar a uma rotina de cuidados que garantem não só a sobrevivência, mas a qualidade de vida.
Como funciona a doação e o transplante
O transplante de fígado, por exemplo, é um dos mais feitos no Brasil. A hepatologista Patrícia Almeida explica que existem dois tipos de transplante hepático: com doador falecido ou intervivos, quando parte do fígado de uma pessoa saudável é transferida para quem precisa.
“O transplante intervivos acontece quando o paciente recebe parte do fígado de outra pessoa viva. No caso duas pessoas são submetidas a cirurgia no mesmo momento. Nesses casos, há várias particularidades para a escolha do doador, a fim de obter segurança e sucesso do procedimento”, detalha.
A médica reforça que qualquer pessoa pode ser doadora. “Basta informar a sua família para realizar seu desejo. Não há necessidade de registrar em cartório ou colocar na carteira de identidade. Apenas declarar explicitamente a escolha de ser doador de órgãos à sua família”, diz.
A rotina depois da cirurgia
Receber um novo fígado é o começo de uma nova fase, mas não significa voltar a uma vida sem restrições. A disciplina é parte do processo. “Ressalto fortemente que o paciente transplantado precisará adotar um estilo de vida saudável, com alimentação baseada em alimento in natura e rica em legumes, grãos e frutas”, recomenda Patrícia. Ela também alerta para evitar fast food, refrigerantes e produtos industrializados.
Como é a vida de uma pessoa transplantada? Foto: FreePik
Além da alimentação e da prática de exercícios, o uso contínuo de imunossupressores é obrigatório para evitar rejeição. Consultas regulares também passam a ser parte da vida do paciente, garantindo acompanhamento médico constante.
O mesmo vale para outros órgãos – os cuidados devem ser constantes, assim como a mudança no estilo de vida do paciente.
Resumo:
A vida após um transplante exige disciplina, com alimentação equilibrada, prática de exercícios, uso de medicamentos e acompanhamento médico rigoroso. No Setembro Verde, a campanha reforça a importância de declarar à família o desejo de doar órgãos e de compreender que esse gesto pode salvar muitas vidas.
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