Saiba tudo sobre o eclipse lunar total de hoje

Um dos eventos astronômicos mais impressionantes acontece neste domingo (7): um eclipse lunar total, que será visível para grande parte do planeta. O fenômeno vai durar 3 horas, 29 minutos e 24 segundos, incluindo as fases parcial e total.

Sobre os eclipses lunares:

Um eclipse lunar ocorre quando a sombra da Terra “esconde” a Lua, que fica escura e, portanto, invisível no céu durante alguns minutos;

Isso acontece porque a Terra se posiciona exatamente entre a Lua e o Sol, fazendo com que a sombra do planeta seja projetada sobre o nosso satélite natural;

Existem três tipos de eclipse lunar: o total (com a Lua totalmente encoberta), o parcial (em que apenas parte dela é escondida pela sombra da Terra) e o penumbral (quando a sombra do planeta não é suficientemente escura para reduzir o brilho da Lua, que fica meio acinzentada).

Imagem panorâmica do eclipse lunar total registrada em Taiwan em 2017. Crédit: CHEN HSI FU – Shutterstock

Onde o eclipse será visível?

De acordo com o TimeAndDate, quem estiver na maior parte da Ásia, na faixa oriental da África e no oeste da Austrália poderá acompanhar o eclipse completo, do início ao fim, incluindo a tão esperada “Lua de Sangue”. Já observadores no restante do continente africano, em boa parte da Europa e em outras áreas da Austrália verão ao menos um trecho da parcialidade ou da totalidade.

Cerca de 60% da população mundial poderá acompanhar o fenômeno por inteiro, enquanto até 87% terão a chance de ver pelo menos uma parte dele – desde que o céu esteja limpo. Este será o segundo e mais longo eclipse lunar de 2025. O primeiro ocorreu em março e foi visível principalmente no continente americano.

Mapa de visibilidade do eclipse lunar de 7 de setembro de 2025. Crédito: TimeAndDate

Vai dar para ver no Brasil?

Infelizmente, aqui no Brasil, não serão observadas nem a fase total nem a parcial. Apenas um pequeno trecho do nordeste terá acesso à fase penumbral do eclipse (que tem um escurecimento quase imperceptível da Lua). Como o evento começa às 13h27 (pelo horário de Brasília) e termina às 16h56, ou seja, em plena luz do dia, nem isso será possível ver.

Como assistir online?

Embora o eclipse não possa ser observado no Brasil, não precisa se preocupar, pois o Olhar Digital vai transmitir imagens captadas em tempo real nos lugares onde o fenômeno será visível, para que você não perca nenhum detalhe.

A live começa às 14h (pelo horário de Brasília), em todas as nossas plataformas: no site, YouTube, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok – com apresentação e comentários de Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço do site, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital

Por que não tem eclipse todos os meses?

Eclipses lunares não acontecem todos os meses porque a órbita da Lua é inclinada em relação à da Terra ao redor do Sol. Para que o fenômeno ocorra, é preciso que o alinhamento aconteça em um ponto chamado “nodo”, quando Sol, Terra e Lua estão perfeitamente posicionados (ou “em sizígia”, como se diz na astronomia).

O que é a “Lua de Sangue”?

O eclipse total só acontece quando a Lua está na fase de cheia, passando completamente pela sombra da Terra. Existem também eclipses parciais, nos quais somente parte dela entra na sombra, e os penumbrais, quando ela cruza apenas pela meia-sombra.

O apelido “Lua de Sangue” vem da cor avermelhada que o astro adquire durante o eclipse total. Isso acontece porque a luz do Sol, ao atravessar a atmosfera terrestre, é filtrada e desviada, deixando a sombra da Terra com um tom avermelhado que tinge a superfície lunar.

“Lua de Sangue” fotografada em março de 2016 na cordilheira costeira da Califórnia, EUA. Crédito: Bob Wick/Bureau of Land Management California

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Haverá algum planeta visível perto do eclipse?

Durante o eclipse lunar, uma “estrela” amarelada brilhante poderá ser vista próxima da “Lua de Sangue”. Na verdade, não se trata de uma estrela, e sim de Saturno. 

Eles vão compartilhar a mesma ascensão (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre) às 17h20 de segunda-feira (8) – fenômeno chamado de conjunção. No entanto, já estarão bem próximos na noite anterior, garantindo um charme a mais ao eclipse.

Representação artística da “Lua de Sangue” com o planeta Saturno brilhando em amarelo ao lado. Crédito: Imagem gerada por IA/ChatGPT

Mesmo sem direito à “Lua de Sangue”, o par também embeleza a paisagem celeste no Brasil. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, do ponto de vista de São Paulo, por exemplo, os dois podem ser observados a partir das 19h36, posicionados 11° acima do horizonte na direção leste. Então, às 00h52, eles atingem o ponto mais alto no céu, 69° acima do horizonte a norte, desaparecendo ao amanhecer, por volta das 5h35, quando estiver 18° acima do horizonte a oeste.

A Lua e Saturno não estarão próximos o bastante para serem vistos juntos com um telescópio, mas serão observáveis a olho nu ou com um par de binóculos.

Enquanto a Lua estará em magnitude de -12.7, a de Saturno será de 0.6, com ambos na constelação de Peixes. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

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