Na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, a cidade de Silva Jardim abriga em seu pequeno território pouco mais de 20 mil habitantes. Localizada a 135 km da capital e vizinha de cidades conhecidas, como Nova Friburgo e Rio Bonito, ela nem sempre entra para as rotas turísticas na região.

O que talvez lhe falte de fama, sobra em importância graças a uma das mais importantes iniciativas de preservação da Mata Atlântica: a Reserva Biológica Poço das Antas.

Essa foi a primeira reserva biológica federal e sua criação tinha como objetivo proteger, além da fauna e da flora da região, a espécie do mico-leão-dourado, ameaçada de extinção quando o espaço de preservação foi criado, em 1974.

Como Silva Jardim ajudou a salvar o mico-leão-dourado

No início dos anos 1960, existiam apenas cerca de 200 exemplares da espécie de mico-leão-dourado, um primata de pelo alaranjado que existe apenas na Mata Atlântica brasileira e em nenhum outro lugar do mundo.

Sabendo do perigo de extinção do animal, uma série de instituições reuniu esforços e criou, em meados dos anos 1970, a Associação Mico-Leão-Dourado e a Reserva Biológica de Poço das Antas, a primeira unidade de conservação desse tipo no Brasil, que conta com o grau mais alto de proteção.

Silva Jardim foi epicentro da preservação do mico-leão-douradoMatt Flores/Unsplash

Em 1990, um estudo apontou, que para considerar a espécie salva de extinção, era necessário ter 2 mil exemplares de micos-leões-dourados na natureza até 2025. Felizmente, o último censo dos animais, realizado em 2023, apontou a existência estimada de 4,8 mil micos-leões-dourados na Bacia do Rio São João, um resultado dos esforços históricos que tiveram Silva Jardim como epicentro.

Hoje, a Associação continua se dedicando à pesquisa, preservação e educação ambiental sobre o mico. As principais atividades são desenvolvidas no Parque Ecológico Mico-Leão-Dourado, administrado pelo ICMBio em Silva Jardim.

Por lá, os visitantes podem fazer pelo menos quatro trilhas diferentes, caminhar por um circuito em volta do lago no interior do parque ou partir para um safári em um veículo 4×4. Esse último passeio deve ser reservado presencialmente no parque, mas os ingressos para as outras atividades estão disponíveis online e variam de 15 a 40 reais. As visitas acontecem às quintas-feiras e aos sábados das 8h30 às 16h, apenas mediante agendamento prévio. Saiba mais no site e informe-se pelo e-mail ecoturismo@micoleao.org.br ou pelo telefone WhatsApp (22) 99750-7749 (Whatsapp).

Silva Jardim e os atrativos naturais da Região dos Lagos

O município de Silva Jardim tem uma história antiga e, por vezes, confusa. Os primeiros registros sobre o lugar são do século 18 e contam sobre um povoado que se desenvolveu nas proximidades de uma igreja dedicada a Sant’Ana.

Mais tarde, o local mudou de nome e dimensão (distribuindo-se em distritos) diversas vezes, tendo sido chamado de Nossa Senhora da Lapa de Capivari, apenas Capivari e, eventualmente, Silva Jardim. O nome definitivo é acompanhado por uma anedota pra lá de singular: trata-se de uma homenagem ao advogado republicano Antônio da Silva Jardim (1860-1891), que nasceu no município e faleceu em Pompeia, na Itália, após cair em uma fenda do vulcão Vesúvio.

Em Silva Jardim encontram-se várias opções de sítios, chácaras e pousadas para se hospedar pertinho da natureza. A região no entorno da cidade também tem algumas cachoeiras em propriedades particulares e a maioria cobra pela entrada. Destas, se destaca a belíssima cachoeira das Andorinhas, no distrito de Aldeia das Velhas. Com uma queda de 19 metros de altura, a estrutura oferece a prática de rappel.

Uma alternativa gratuita é a lagoa de Juturnaíba, criada a partir da água de uma represa local. Por lá, acontecem atividades de pesca e a prática de esportes aquáticos. Nas proximidades, há trilhas para motos, bicicletas e corredores, como a trilha pela Estrada do Sertão de Bananeiras.

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