Um estudo conduzido pela Universidade de Chiba, no Japão, trouxe evidências mais consistentes de que cérebros com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) têm características estruturais únicas.
O avanço veio com o uso do chamado método do sujeito viajante (TS), que corrige distorções técnicas em exames de ressonância magnética feitos em diferentes máquinas e locais.
Descobertas do estudo
Tradicionalmente, pesquisas sobre TDAH por imagem cerebral apresentavam resultados conflitantes – alguns estudos mostravam redução de substância cinzenta, outros não viam diferença ou até apontavam aumento.
Isso se devia, em parte, ao “ruído” causado por equipamentos distintos.
Para eliminar esse viés, os cientistas escanearam 14 voluntários neurotípicos em quatro máquinas diferentes.
Como o cérebro das mesmas pessoas não muda em curto prazo, qualquer diferença detectada era atribuída ao aparelho.
Esse controle permitiu analisar, com maior precisão, um grande banco de dados com 178 crianças com desenvolvimento típico e 116 com TDAH.
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Resultados auxiliam diagnóstico precoce
Os resultados mostraram que, após a harmonização, crianças com TDAH tinham volumes menores em áreas frontotemporais, regiões ligadas à atenção, regulação emocional, funções executivas e tomada de decisão.
Embora o estudo tenha limitações – como a amostra restrita a certos contextos geográficos e clínicos –, os pesquisadores destacam que o método TS pode ajudar no diagnóstico precoce, no acompanhamento de terapias e na redução do estigma, ao oferecer provas biológicas mensuráveis da neurodivergência.
O trabalho foi publicado hoje, 8 de setembro, na revista Molecular Psychiatry.
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