Muita gente ainda tem o hábito de jogar comprimidos no vaso sanitário ou descartar frascos de xarope no lixo comum. O problema é que a maioria dos medicamentos contém substâncias químicas que se dissolvem em água, infiltram no solo ou acabam indo parar em rios e mares.
Esse tipo de contaminação prejudica ecossistemas inteiros, já que os compostos podem ser absorvidos por peixes, plantas e até voltar para o consumo humano pela cadeia alimentar.
Além da questão ambiental, existe o risco social: quando medicamentos são descartados em lixo comum, catadores e pessoas em situação de vulnerabilidade podem ter contato com eles, correndo risco de intoxicação ou uso inadequado.
O que é a logística reversa de medicamentos
Para evitar esses problemas, foi criada a chamada logística reversa. Trata-se de um sistema que permite que medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, junto com suas embalagens, retornem para fabricantes e distribuidores.
Dessa forma, os produtos são recolhidos em pontos de coleta e recebem destinação final ambientalmente adequada.
Atualmente, farmácias e drogarias de todo o Brasil participam desse processo. Existem milhares de pontos de coleta espalhados pelo país, onde é possível entregar cartelas de comprimidos, frascos de xarope, bulas, caixas de papelão e até os copinhos ou seringas medidoras que acompanham os medicamentos.
O destino final dos remédios recolhidos
Depois de coletados, os medicamentos não seguem para lixões ou aterros comuns. Eles são encaminhados para processos específicos, como incineração em fornos industriais ou coprocessamento, que garantem a destruição completa das substâncias. Em alguns casos, podem ir para aterros de classe especial, homologados por órgãos ambientais, preparados para receber resíduos perigosos.
Esse tratamento impede que os princípios ativos permaneçam na natureza e evita a possibilidade de reaproveitamento indevido.
Onde descartar medicamentos antigos? Foto: FreePik
Atenção para o que não deve ser levado
Embora grande parte dos medicamentos e suas embalagens possam ser entregues em farmácias, materiais cortantes ou perfurantes, como agulhas, seringas e lancetas, exigem um cuidado diferente.
Esses itens devem ser destinados a postos de saúde ou hospitais, que possuem recipientes adequados para o manejo desse tipo de resíduo.
Como o consumidor pode colaborar
O primeiro passo é separar em casa os medicamentos vencidos ou que não estão mais em uso. É importante retirar as cartelas das caixas e rasgar bulas e embalagens de papelão antes do descarte, para evitar que informações sejam usadas de forma indevida. Em seguida, basta levar tudo até uma farmácia participante da logística reversa.
Adotar esse hábito é uma forma simples de proteger o meio ambiente e a saúde coletiva. Afinal, os resíduos não desaparecem quando são jogados fora, apenas mudam de lugar. Por isso, pensar no destino dos medicamentos também é um ato de responsabilidade com as próximas gerações.
Resumo:
O descarte incorreto de medicamentos pode contaminar água, solo e até voltar para a cadeia alimentar, além de expor pessoas vulneráveis a riscos de intoxicação. Entregar os remédios vencidos em farmácias e drogarias garante que eles tenham destinação segura, como incineração ou aterros especiais.
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