Queda de cabelo por estresse: o que fazer?

Enfrentar momentos de tensão pode trazer consequências não apenas para a mente, mas também para o corpo. A influenciadora Franciny Ehlke revelou recentemente nas redes sociais que tem sofrido com queda de cabelo por estresse e deixou um alerta importante para seus seguidores.

“Isso foi uma alopécia que tive na metade do ano passado, na verdade, no final. E aí começou a crescer esse ano, graças a Deus. Nunca mais tive, mas sempre fico de olho: ‘Não posso ficar nervosa ao ponto do meu cabelo cair.’ Depois que descobri que posso ter essas falhas se eu ficar nervosa, eu tento me controlar”, disse ela nesta quinta-feira (11) no Instagram.

“Não deixem suas emoções afetarem a sua saúde! O corpo sempre responde”, completou Franciny, que também é dona da própria marca de maquiagem.

Assim como a blogueira, muitas mulheres percebem falhas no couro cabeludo em períodos de maior pressão. Esse sintoma costuma assustar, mas especialistas garantem que a recuperação é possível quando se busca diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Como diagnosticar o problema?

Segundo Alexandra Lopes, especialista em medicina capilar da Onne Clinic (RJ), o estresse afeta diferentes sistemas do organismo. Por isso, os médicos costumam solicitar uma investigação ampla. Entre os exames mais pedidos estão:

Influenciadora Franciny Ehlke relata sofrer de queda de cabelo por estresse – Reprodução/Instagram

Hemograma completo, que detecta sinais de anemia e inflamações;
Ferritina, marcador de ferro essencial para o crescimento saudável dos fios;
TSH, T3 e T4 livre, para avaliar alterações da tireoide;
Vitamina D, cuja deficiência agrava a queda;
Vitamina B12 e ácido fólico, fundamentais para a renovação celular;
Zinco e magnésio, nutrientes que podem cair em situações de estresse;
Cortisol sérico ou salivar, principal hormônio associado à resposta ao estresse;
Prolactina e DHEA-S, que também sofrem alterações em casos de tensão prolongada.

De acordo com a especialista, a depender do quadro, o médico pode ampliar a análise para marcadores inflamatórios, hormônios sexuais e perfil metabólico.

Como o estresse afeta o ciclo capilar

A queda de cabelo por estresse está frequentemente ligada ao chamado eflúvio telógeno. Nesse quadro, mais fios entram precocemente na fase de queda, interrompendo o ciclo de crescimento. O excesso de cortisol é um dos principais responsáveis, pois inibe a vascularização do folículo piloso.

Outros fatores contribuem para a piora: alteração da imunidade local, inflamações silenciosas no couro cabeludo, além de distúrbios no sono e na alimentação. Os primeiros sinais incluem queda mais intensa ao lavar ou pentear, afinamento dos fios e, em casos persistentes, falhas visíveis na parte superior da cabeça.

Tratamentos disponíveis e tempo de resposta

O tratamento precisa ser personalizado. A primeira etapa consiste em identificar e controlar os gatilhos – sejam emocionais, nutricionais ou hormonais. Os recursos mais utilizados incluem:

Reposição de nutrientes por via oral ou tópica;
Terapias regenerativas, como PRP (plasma rico em plaquetas), laser fracionado ou microinfusão de medicamentos;
Uso de cosmecêuticos com ativos estimulantes e calmantes para o couro cabeludo.

Os resultados surgem, em média, entre 2 e 4 meses. No entanto, os efeitos mais visíveis aparecem por volta do sexto mês, já que o ciclo capilar leva tempo para se equilibrar.

Como evitar a queda de cabelo por estresse

Além do tratamento médico, alguns hábitos do dia a dia são determinantes. Dormir bem, por exemplo, ajuda na liberação do hormônio do crescimento, essencial para a renovação celular. Quando o sono é insuficiente, o cortisol sobe, favorecendo ainda mais a queda.

A alimentação também desempenha papel fundamental. Uma dieta pobre em proteínas, ferro e vitaminas do complexo B compromete a força e o crescimento dos fios. Por isso, especialistas recomendam refeições ricas em vegetais, frutas, proteínas magras, leguminosas e gorduras boas, como azeite e abacate.

Entre as principais orientações estão: manter 7 a 8 horas de sono por noite, evitar jejum prolongado sem acompanhamento médico, reduzir o consumo de ultraprocessados, cafeína e açúcar refinado, além de incluir alimentos ricos em ferro, como carnes e vegetais verde-escuros.

Resumo: A queda de cabelo por estresse pode assustar, mas não precisa ser um problema permanente. Exames adequados, acompanhamento médico, mudanças no estilo de vida e cuidados com sono e alimentação são aliados na recuperação dos fios. Ao unir tratamento clínico e hábitos saudáveis, é possível retomar a saúde capilar e evitar novas falhas.

Leia também:

Queda de cabelo: quando é preciso se preocupar?