Neste sábado (13), às 8h da manhã (pelo horário de Brasília), Mercúrio iniciará uma fase que os astrônomos chamam de “conjunção solar superior”, passando entre a Terra e o Sol e ficando totalmente inobservável por várias semanas enquanto se perde no brilho da nossa estrela.
De acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, isso acontece uma vez em cada ciclo sinódico de Mercúrio, o período necessário para um planeta chegar à mesma posição relativa ao Sol, quando observado a partir da Terra – que no caso dele é de 116 dias.
Na aproximação máxima com o Sol, Mercúrio vai estar em uma separação de apenas 1°36′ (um grau e trinta e seis minutos de arco) do astro, sumindo de vista por um longo período, enquanto estiver imerso na luminosidade solar. Essa fase marca o “desaparecimento” do planeta no céu noturno e sua transição para se tornar um objeto matinal nas próximas semanas.
Do ponto de vista da Terra, Mercúrio estará invisível no céu nos próximos dias, pois o brilho do Sol, de quem está muito próximo, vai escondê-lo. Crédito: Andrei Armiagov – Shutterstock. Edição: Olhar Digital
Mas, quando ele volta a poder ser observado? Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, Mercúrio retorna à paisagem celeste no final de outubro.
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Mercúrio vai estar mais distante da Terra
Mercúrio também passará pelo apogeu – seu ponto mais distante da Terra – quase ao mesmo tempo, atingindo uma distância de 1,38 Unidades Astronômicas (UA) do nosso planeta.
Isso significa que o menor planeta do Sistema Solar estará a 207 milhões de km de distância da Terra, o que o deixaria muito menor às nossas vistas, caso pudesse ser observado.
Configuração do céu no momento da conjunção solar superior de Mercúrio, quando o planeta estará na distância máxima em relação à Terra. Crédito: SolarSystemScope
Vale destacar, a título de curiosidade, que Mercúrio tem uma característica que muitas pessoas desconhecem: uma cauda. Segundo a NASA, a fina atmosfera do planeta é composta principalmente de oxigênio (O2), hidrogênio (H2), hélio (He), potássio (K) e pequenas partículas de sódio (Na), que brilham quando excitadas pela luz solar. A luz do Sol também libera e separa esses átomos provenientes da superfície.
Planeta mais próximo do Sol está encolhendo
Mercúrio, o menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol, é marcado por calor, radiação e exposição constante ao vento solar. A temperatura local varia de 430°C no lado ensolarado a -180°C no lado noturno. Ele é um pouco maior que a Lua e bem semelhante a ela: sem ar, rochoso e repleto de pequenas e grandes crateras de impacto.
Que Mercúrio está encolhendo, isso a ciência já sabe há anos. No entanto, especialistas divergem sobre a extensão desse encolhimento. Um artigo publicado mês passado por pesquisadores da Universidade da Geórgia apresenta um novo método que promete medir o processo com mais precisão. Saiba mais aqui.
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