Na Terra selvagem do período Cretáceo, animais gigantes habitavam um planeta quente e vulcânico. Nos mares, viviam feras colossais, como o Mosassauro, um predador de dentes afiados que chegava a 17 metros de comprimento, e o Elasmossauro, com 10 metros, sendo 7 deles só de pescoço.
Junto a essas terríveis criaturas estava a maior tartaruga da história: a Archelon. Pesando mais de duas toneladas, ela media 4,6 metros da ponta do bico até o fim da cauda e cerca de 5 metros de uma nadadeira a outra, segundo o Instituto de Pesquisa Geológica de Black Hills.
Essa gigante pré-histórica habitava a Via Marítima Interior Ocidental, um trecho de mar que dividia a América do Norte. No decorrer dos milhões de anos, esse mar se extinguiu com a formação da parte norte do continente americano.
Em um estudo de 2005, pesquisadores apresentaram evidências de que ela se moveria com suas nadadeiras enormes em forma de remos como um pinguim, de forma graciosa pelas águas.
Segundo a revista Discover Wild Life, embora ela nadasse lentamente, isso não a impedia de atingir velocidade suficiente para caçar suas presas. Dentre as vítimas dessa gigante, estavam moluscos e criaturas marinhas de corpo macio, como águas-vivas.
O primeiro fóssil dessa tartaruga foi encontrado na Dakota do Sul, nos Estados Unidos, em 1895. Desde então, paleontólogos descobriram uma série de restos mortais de Archelon nessa região, todos datados de 75 a 65 milhões de anos atrás.
Ilustração da possível aparência da Archelon.
(Imagem: Dmitry Bogdanov / Wikimedia Commons)
Tartaruga gigante teve concorrentes na história
Do outro lado do Atlântico, no que viria a se tornar a Europa, habitou uma rival da Archelon: a Leviathanochelys aenigmatica. Tendo existido também durante o Cretáceo, essa concorrente tinha cerca de 4 metros de comprimento, sendo a maior tartaruga a nadar nos mares do continente europeu.
Na América do Sul, viveu a Stupendemys geographicus, a maior tartaruga de água doce já descoberta. Ela esteve na Terra em outra época, entre 13,8 e 5,3 milhões de anos atrás, contava com uma carapaça de até 2,4 metros de comprimento e pesava uma tonelada. A S. geographicus viveu numa região alagada que se estendia do norte da Venezuela até a parcela ocidental da Amazônia brasileira.
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Hoje, a detentora do título de maior espécie de tartaruga viva é a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), capaz de atingir 1,5 a 1,8 metros de comprimento em sua fase adulta. Mesmo gigante, nenhum espécime dela chegou perto do tamanho da Archelon. Possivelmente, a Terra passará milhões de anos sem ver uma competidora a altura dessa titã do Cretáceo.
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