Fundamental para o desenvolvimento saudável das plantas, o adubo é um aditivo bastante utilizado na agricultura. Boa parte dos solos brasileiros é incapaz de fornecer a quantidade necessária de nutrientes para o crescimento dos vegetais da melhor forma, sendo necessário o uso do “ingrediente” para suprir as deficiências nutricionais.
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Segundo o agrônomo Ednaldo da Silva Araújo, 93% da biomassa das plantas é obtida através da fotossíntese e os outros 7% vêm de diversos outros nutrientes e micronutrientes, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, obtidos pelo adubo. A ausência de qualquer um deles atrapalha o desenvolvimento vegetal.
“A falta de adubação adequada, além de comprometer a produtividade das culturas, pode deixar o solo descoberto e favorecer a perda da camada superficial pelo processo de erosão. Isso compromete a qualidade dos recursos hídricos, afetando diretamente a população do campo e da cidade”, explica o pesquisador da Embrapa.
Tipos de adubo
Adubos sintéticos ou mineirais
Produzidos a partir de rochas ou por síntese química, eles promovem resposta imediata no crescimento das plantas e são utilizados em larga escala na agricultura. No entanto, devem ser aplicados com moderação para não intoxicar plantas e apodrecer as raízes.
Adubos orgânicos
Esse tipo de adubo é obtido de esterco, restos vegetais, resíduos agroindustriais ou lodo de esgoto tratado, fornecendo nutrientes e melhorando a estrutura física, química e biológica do solo, retendo água e estabilizando a temperatura.
“Ele é indicado para resultados a médio e longo prazo. A desvantagem é que pode ter custo elevado e dificuldade de transporte em algumas regiões”, diz a professora de ciências biológicas Karoline Torezani, do Centro Universitário de Brasília (CEUB).
O adubo contribui para o desenvolvimento das plantas
Adubos biológicos
Os adubos biológicos, ou bioinsumos, utilizam microrganismos capazes de fixar nitrogênio do ar ou aumentar a eficiência da absorção de nutrientes. De baixo custo e sustentáveis, estão sendo cada vez mais usados como alternativa ou complemento aos demais tipos de adubação.
Risco do uso excessivo
O uso abusivo de adubos pode trazer consequências negativas para a plantação, podendo salinizar ou acidificar o solo e provocar estresse hídrico nos vegetais. O processo contamina a água e causa a eutrofização (excesso de nutrientes) de rios e lagos, levando a um aumento abundante de algas e plantas aquáticas e reduzindo o oxigênio para peixes e outros organismos.
Araújo ensina que análises anuais do solo e a realização de adubação seguindo as recomendações técnicas são medidas simples e eficazes para evitar o problema.
É possível substituir o adubo?
Na maioria das culturas, não. No entanto, plantações de soja e feijão possuem bactérias capazes de realizar a fixação biológica do nitrogênio, diminuindo ou até dispensando o uso de fertilizantes nitrogenados, como adubos minerais.
Produtividade e meio ambiente
Garantir a fertilidade do solo de forma sustentável é um dos maiores desafios da agricultura no momento. A utilização correta de adubos associada a práticas de manejo responsáveis elevam a produtividade sem agredir o meio ambiente.
“O Brasil é uma referência mundial em agricultura, mas produtividade precisa caminhar junto com sustentabilidade. Uma produção agrícola eficiente sem comprometer os recursos naturais das próximas gerações deve ser tratada como prioridade”, destaca Karoline.
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