Correios atribuem crise à falta de investimentos no governo Bolsonaro

Os Correios atribuem o atual cenário financeiro delicado da empresa a uma suposta falta de investimentos durante a gestão de Jair Bolsonaro entre 2019 e 2022. A estatal destacou o período como determinante para a crise em que se encontra.

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A empresa pública comunicou à Câmara dos Deputados que espera receber R$ 1,6 bilhão em 2025, valor aprovado em seu orçamento. Isso poderia representar algum alívio para as contas da empresa.

Os dados apresentados ao Legislativo mostram que, nos quatro anos do governo Bolsonaro, os investimentos somaram R$ 447 milhões, enquanto em 2023 e 2024 alcançaram R$ 792 milhões.

Em ofício enviado à Comissão de Trabalho, o assessor especial da presidência dos Correios, Geverson Nery de Albuquerque, afirmou que “o contexto enfrentado atualmente pela estatal é reflexo de decisões pretéritas, especialmente no período de 2019 a 2022, quando houve severa restrição de investimento”. “Essa limitação comprometeu a competitividade da empresa”, explicou.

Em reportagem publicada na Edição 287 da Revista Oeste, Lucas Cheiddi e Uiliam Grizafis mostraram o histórico dos Correis, que obtiveram lucro durante as gestões de Michel Temer e Bolsonaro, mas enfrentam déficits recordes sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Anos no vermelho já eram realidade com Dilma Rousseff.

Medidas para conter a crise dos Correios

Com o objetivo de enfrentar o déficit, os Correios anunciaram que pretendem adotar algumas medidas. Entre elas, a redução da jornada de trabalho para seis horas, com diminuição proporcional de salário, além de incentivar o desligamento voluntário de funcionários. A empresa também informou que irá racionalizar despesas para tentar reverter o quadro.

O balanço do primeiro semestre de 2025 mostrou prejuízo de R$ 4,37 bilhões. Nos últimos meses, a estatal apresentou atrasos no pagamento de aluguéis de agências, inadimplência com terceirizados e dificuldades na manutenção do plano de saúde dos empregados. A situação levou o presidente dos Correios, Fabiano Santos, a pedir demissão.

Leia também: “Uma bomba chamada Correios”, reportagem de Lucas Cheiddi e Uiliam Grizafis publicada na Edição 287 da Revista Oeste

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