O burnout deixou de ser apenas um termo corporativo e hoje é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma síndrome ligada ao estresse crônico no trabalho. Exaustão extrema, insônia, dores de cabeça e sensação de inutilidade estão entre os sintomas mais relatados.
Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos, atrás apenas do Japão.
O enfermeiro Lucas Bernardes, que trabalhou por mais de 20 anos em plantões hospitalares, enfrentou a síndrome em grau severo. “A sensação de ir para os plantões era de total desesperança. Estresse, insônia crônica, irritabilidade, dores musculares e cefaleia passaram a fazer parte do meu dia a dia”, relembra.
Desde o diagnóstico, ele passou a fazer acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Com base no que aprendeu, lista seis medidas que podem transformar o ambiente profissional em um espaço mais saudável.
6 práticas para prevenir o burnout
1. Pausas programadas
Trabalhar sem descanso não é sinônimo de produtividade. “O cérebro precisa de respiro. A pausa é uma forma de autocuidado e, também, de garantir um desempenho mais equilibrado”, afirma Lucas. Alongar-se, levantar da cadeira ou tomar um café longe da tela já ajuda a quebrar o ciclo de exaustão.
2. Espaços coletivos de escuta
Terapia em grupo ou rodas de conversa permitem compartilhar pressões e criar laços de apoio. Para Lucas, não é sobre expor fragilidades, mas sobre reconhecer que outras pessoas enfrentam os mesmos desafios.
3. Bem-estar dentro da empresa
Algumas organizações já oferecem massagem, meditação ou dinâmicas coletivas. “São iniciativas simbólicas, mas que demonstram que a saúde mental está sendo levada a sério”, diz.
Burnout: veja como aliviar. Foto: FreePik
4. Reconhecimento real
“Não é só questão de salário. Às vezes, uma palavra de reconhecimento, uma escuta ativa ou a participação em decisões faz diferença na motivação da equipe”, reforça Lucas. Valorizar conquistas individuais e coletivas fortalece o senso de pertencimento.
5. Respeito ao tempo pessoal
Exigir que o funcionário esteja disponível o tempo todo gera desgaste. Para o enfermeiro, uma cultura que respeite horários de descanso e vida pessoal é essencial. “Saúde mental também está relacionada ao tempo para a família, para o lazer, para simplesmente não fazer nada.”
6. Comunicação aberta
Ambientes onde lideranças e colegas são acessíveis reduzem o medo de falhar e fortalecem vínculos de confiança. “A gente precisa quebrar a lógica da competitividade tóxica e apostar em relações mais humanas”, conclui.
Resumo:
Reconhecido pela OMS como síndrome, o burnout afeta milhares de trabalhadores no Brasil. O enfermeiro Lucas Bernardes, diagnosticado com a condição, compartilha seis medidas que podem tornar o ambiente profissional mais acolhedor, desde pausas regulares até comunicação aberta e valorização do colaborador.
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