O Japão anunciou que está se aproximando da marca de 100 mil pessoas com mais de 100 anos vivendo no país. Dados de 2024 revelados no dia 12/9 indicam que o país já tinha 99.763 centenários, um aumento de 4.644 em relação ao ano anterior. É o 55º ano consecutivo de crescimento no número de centenários, consolidando a posição do país como referência mundial em longevidade.
A maioria esmagadora dessa população é formada por mulheres: 87.784, contra 11.979 homens. A média nacional é de 80,58 centenários por 100 mil habitantes, mas há diferenças regionais. A província de Shimane, no sul do país, lidera, com 168,69 centenários por 100 mil habitantes.
A mais velha do país é Shigeko Kagawa, de 114 anos. Obstetra e ginecologista aposentada, ela afirma que seu segredo é manter uma dieta moderada e uma rotina regular de atividades, se ocupando constantemente.
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Dieta e saúde dos 100 anos
Cientistas ouvidos pela mídia local especulam que a longevidade japonesa resulta de fatores como a nutrição. A dieta tradicional pode ser uma explicação, já que possui uma pirâmide alimentar muito próxima das recomendações internacionais de saúde, com peixe, soja, vegetais e chá verde, e baixo consumo de açúcar, carne vermelha e gorduras saturadas.
Outro fator determinante foi a criação de um sistema público de saúde. Embora com uma cobertura menos ampla que a do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, ele mantém programas eficazes de prevenção de doenças e acompanha de forma contínua pessoas com doenças cardiovasculares ou histórico de tumores, por exemplo.
A genética também pode contribuir, mas cientistas afirmam que, para uma população tão ampla, é mais provável que hábitos ambientais estejam por trás da longevidade.
Apesar disso, o país enfrenta um déficit populacional, com menos bebês nascendo do que pessoas morrendo, o que pode comprometer a manutenção da engrenagem social.
Brasil também registra avanços
No Brasil, mais de 37 mil pessoas têm 100 anos ou mais, segundo o último censo do IBGE de 2022. Em 2010, eram cerca de 24 mil. O crescimento foi de 56% em pouco mais de uma década, reflexo de avanços médicos, expansão do saneamento e melhorias nas condições de vida.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) ressalta a importância de hábitos saudáveis ao longo da vida. “A indicação é que sejam consumidos alimentos naturais e nutritivos, que fortaleçam o organismo e que, se possível, seja consultado um especialista para adequar a dieta do idoso às suas necessidades, também levando em consideração dificuldades como mastigação e deglutição”, indica.
“O ideal é priorizar alimentos naturais, ricos em proteínas e minerais, como peixes, e aves, mantendo uma boa alimentação centrada em frutas e em fontes de ômega 3, como salmão, chia e nozes”, aconselha a nutricionista da SBGG, Simone Fiebrantz Pinto, de Curitiba (PR).
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