A pressão arterial considerada “normal” mudou. Antes, quem tinha 12 por 8 (120/80 mmHg) era visto como saudável. Agora, segundo uma nova diretriz divulgada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 já entram na faixa chamada pré-hipertensão.
Essa mudança tem um objetivo importante: detectar o problema mais cedo. Isso porque, quanto antes a pressão for controlada, menores são os riscos de doenças graves, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e problemas nos rins.
Quando a hipertensão é diagnosticada
A hipertensão acontece quando a pressão chega a 14 por 9 (140/90 mmHg) ou mais. Até pouco tempo atrás, esse era o valor que servia de alerta para médicos e pacientes. Agora, especialistas recomendam agir antes, já na fase de pré-hipertensão, com mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, uso de medicamentos.
Essa nova forma de avaliação segue os padrões mais atuais usados em países da Europa e nos Estados Unidos, onde a prevenção já começa cedo para evitar complicações futuras.
Agora, pressão a partir de 12 por 8 já exige atenção. Mudança busca prevenir hipertensão e reduzir riscos de infarto e AVC – Crédito: FreePik
Novas metas para tratar a hipertensão
Outra novidade está na meta de tratamento. Antes, manter a pressão em 14 por 9 era considerado aceitável. A partir de agora, o ideal é que todos os hipertensos mantenham a pressão abaixo de 13 por 8 (130/80 mmHg).
Isso pode parecer um ajuste pequeno, mas faz grande diferença para proteger o coração, os rins e o cérebro. Se a pessoa tiver dificuldade em alcançar esse número, o médico buscará o nível mais baixo possível, respeitando os limites de segurança.
Atenção especial para mulheres
A diretriz traz orientações específicas para mulheres, já que existem momentos em que elas têm mais risco de desenvolver pressão alta:
Anticoncepcionais: a pressão deve ser medida antes de começar a usar e acompanhada durante o uso.
Gravidez: existem medicamentos seguros para controlar a pressão de gestantes, como a metildopa.
Menopausa: nesse período, a pressão costuma subir e precisa de acompanhamento mais próximo.
Histórico de pressão alta na gravidez: mulheres que já tiveram esse problema devem seguir com acompanhamento mesmo após o parto.
O papel do SUS no controle da hipertensão
Cerca de 75% das pessoas hipertensas no Brasil são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pensando nisso, a nova diretriz criou orientações específicas para a rede pública.
A ideia é garantir que todos tenham acesso ao tratamento, com uso de medicamentos disponíveis no SUS, atendimento com equipes multiprofissionais e monitoramento regular, seja na unidade de saúde ou em casa, quando possível.
Como se prevenir agora
Pequenas atitudes no dia a dia ajudam a controlar a pressão e a evitar que ela aumente com o tempo:
Meça sua pressão regularmente, mesmo se estiver se sentindo bem.
Reduza o consumo de sal, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados.
Pratique atividades físicas, como caminhadas, ao menos 30 minutos por dia.
Mantenha o peso saudável e evite o estresse excessivo.
Procure o posto de saúde do SUS para acompanhamento e orientações.
Resumo: Agora, 12 por 8 já é considerado um alerta. A mudança busca que médicos e pacientes comecem a prevenção mais cedo, evitando que a pressão aumente e cause problemas graves. Cuidados simples, como uma boa alimentação e acompanhamento médico, fazem toda a diferença para manter a saúde do coração.
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