A área de robótica evoluiu significativamente nos últimos anos, especialmente com o desenvolvimento dos chamados robôs humanoides. Essas máquinas, movidas por inteligência artificial, são projetadas para realizar processos e auxiliar as pessoas em funções específicas nos setores industriais e de serviços, como em hospitais e lojas.
Segundo a matéria da CNBC, muitos especialistas acreditam que os investimentos e a popularidade desses robôs estão prestes a atingir um pico semelhante ao observado com os modelos de IA generativa, como o ChatGPT.
Prontos para dominar o mundo
Para o gerente geral do Centro de Inovação de Robótica Humanoide de Pequim, Xiong Youjun, o ano de 2025 “foi definido como o primeiro ano de produção em massa de robôs humanoides” devido ao rápido progressos da tecnologia disponível para o desenvolvimento do corpo dessas máquinas e também dos “cérebros” alimentados por IA.
Apesar do crescimento das startups chinesas que trabalham nessa área, uma gigante já conhecida mundialmente também se prepara para esse novo mercado: a Tesla. A empresa desenvolve desde 2022 o robô Optimus, que deve chegar à marca de 5 mil unidades produzidas até o fim deste ano. A expectativa é de que, no futuro, esses robôs representem parte importante dos negócios da companhia.
Atualmente, robôs humanoides já estão presentes em fábricas, eventos, hospitais e no comércio, mostrando que, mesmo sem alcançar ainda a popularidade da IA generativa, podem ter impacto significativo na economia nos próximos anos.
Robôs humanoides chineses já estão em operação
As startups chinesas estão em ritmo acelerado de desenvolvimento, com milhares de robôs humanoides em um em diferentes setores. E isso foi possível graças à diversificação de suas cadeias de suprimentos, explica Zhao Yuli, diretor de estratégia da Galbot, que fabrica robôs com tecnologia Nvidia.
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Segundo ele, o avanço também se deve ao crescente interesse de investidores e ao apoio do governo ao setor. Esse cenário ficou evidente em eventos como os Jogos Mundiais de Robótica Humanoide, realizados na China. A Galbot, por exemplo, conquistou a medalha de ouro em Robot Skills, depois de vencer um desafio de triagem farmacêutica.
Melhorias na IA generativa também permitiram que os robôs aprendessem no trabalho, em vez de depender apenas de comandos predefinidos.
Guo Yandong, fundador e CEO da AI² Robotics, em entrevista à CNBC.
Adoção em massa ainda deve demorar
Mesmo diante de tanto entusiasmo das empresas de robótica, a adoção em massa dos robôs humanoides ainda deve levar alguns anos devido a algumas limitações e desafios.
Custos ainda muito altos para ampla implementação.
Entrada gradual no mercado, em tarefas de baixo risco e tolerantes a falhas.
Dependência direta da evolução da IA para atingir maior impacto.
Para Reyk Knuhtsen, analista da SemiAnalysis, empresa de pesquisa especializada em semicondutores e IA, “os robôs humanoides não chegarão de repente, mas entrarão lentamente em mais posições à medida que suas capacidades aumentam”, principalmente em tarefas de baixo risco e tolerantes a falhas. Sem falar nos custos, ainda muito altos que devem contribuir retardar a adoção.
Ainda assim, ele acredita que as oportunidades para o setor são grandes, embora dependam diretamente do desempenho da IA.
Se a tecnologia funcionar, ela tem a chance de transformar muitos processos de trabalho em todo o mundo.
Reyk Knuhtsen, analista da SemiAnalysis, à CNBC.
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