Além de EUA e China: Guerra dos chips pode ter um novo protagonista

China e Estados Unidos disputam a hegemonia tecnológica global. Desde 2022, a Casa Branca está restringindo as exportações de chips de inteligência artificial para Pequim, o que deu início a uma corrida pela autossuficiência em semicondutores.

Neste cenário, um outro país está de olho nas oportunidades geradas. A Índia quer se tornar uma grande fabricante global dos dispositivos, potencializando a indústria doméstica e reduzindo a dependência de outros mercados, em especial da China.

Disputa entre EUA e China abre espaço para outros mercados (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Investimentos bilionários

Segundo reportagem da CNBC, a Índia possui um dos maiores mercados consumidores de eletrônicos do mundo.

No entanto, a indústria de chips indiana ainda desempenha um papel mínimo na cadeia de suprimentos global.

Um cenário que as autoridades do país pretendem mudar.

O objetivo é que todo os processos, do projeto à fabricação, teste e embalagem, sejam realizados em solo indiano.

Até agora, a Índia aprovou 10 projetos de semicondutores com investimento total de US$ 18,2 bilhões (quase R$ 97 bilhões).

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Impulsionar a indústria doméstica é prioridade da Índia

Um dos principais desafios do país é conseguir atrair gigantes do setor. Entre os grandes gargalos indianos estão os altos impostos, taxas de trabalho e leis e políticas alfandegárias. Outro problema é a baixa demanda pelos chips.

A Índia precisa de mais do que algumas fábricas. Precisa de um ecossistema dinâmico, profundo e de longo prazo. O governo indiano distribuiu incentivos generosos para atrair fabricantes de semicondutores para a Índia, mas esses tipos de investimentos não são sustentáveis para sempre.

Stephen Ezell, vice-presidente de política de inovação global da Information Technology and Innovation Foundation

País quer se tornar uma potência global do setor de chips (Imagem: SweetBunFactory/iStock)

Para mudar este cenário, o plano indiano ainda prevê o apoio financeiro a empresas que produzem componentes eletrônicos. O objetivo é criar uma potencial base doméstica de compradores e fornecedores à qual os fabricantes de chips podem se conectar.

Em 2022, o país também mudou de estratégia e passou a fornecer maiores incentivos para fabricação de chips de 28 nm ou menos. Quanto menor o tamanho do dispositivo, maior o desempenho e eficiência energética, o que pode ajudar a impulsionar a indústria de IA do país.

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