Ao contrário do que muitos acreditam, a doação de medula óssea não está restrita a parentes próximos. Embora irmãos tenham maior probabilidade de compatibilidade, qualquer voluntário pode ser um doador em potencial.
O processo é viabilizado pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que conecta doadores e receptores em todo o Brasil e também em bancos de dados internacionais.
A seguir, a hematologista Camila Gonzaga, médica do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), lista as principais curiosidades sobre o tema!
Idade importa
O cadastro de novos doadores é preferencialmente feito entre 18 e 35 anos, já que células-tronco de pessoas mais jovens têm maior qualidade. O limite para participar do registro é de 60 anos.
Já no caso de doação entre familiares, não há restrição absoluta: estudos mostram que até indivíduos com 70 anos podem ser considerados, desde que estejam em boas condições de saúde.
Mito da dor
O medo da dor é um dos principais fatores que afastam doadores, mas o processo é menos invasivo do que se imagina. Hoje existem dois métodos: a punção direta da medula óssea, feita sob anestesia em centro cirúrgico, e a aférese de sangue periférico, semelhante a uma doação de sangue comum.
Este último é o mais utilizado e praticamente indolor, com efeitos leves e passageiros, como dor no corpo semelhante a uma gripe.
Recuperação rápida
A doação não deixa sequelas nem enfraquece o organismo. A medula óssea tem alta capacidade de regeneração e se recompõe em poucas semanas.
Na coleta por aspiração direta, recomenda-se repouso curto, e em geral é possível retomar as atividades após alguns dias. Já na aférese, o voluntário pode voltar à rotina normalmente no dia seguinte.
Entenda como é a doação de medula óssea. Foto: FreePik
A medula se recompõe naturalmente
Em ambos os métodos, apenas uma pequena parte da medula é retirada, e ela volta a produzir células sanguíneas normalmente em pouco tempo. O organismo não sofre prejuízos permanentes e não há risco de enfraquecimento.
Probabilidade de ser chamado
A chance de alguém cadastrado ser compatível com um paciente que precisa de transplante é baixa, variando entre 1 em 100 mil e 1 em 400 mil, de acordo com estimativas médicas. Justamente por isso, ampliar o número de voluntários é fundamental.
Cada novo cadastro aumenta a probabilidade de que pacientes com leucemia, linfoma e outras doenças hematológicas encontrem um doador e tenham a chance de cura.
Resumo:
A doação de medula óssea é um gesto simples que pode salvar vidas, mas ainda cercado de mitos. O processo é seguro, a medula se regenera rapidamente e a chance de compatibilidade é rara, o que torna essencial o cadastro de novos doadores. Quanto maior o número de voluntários, maiores as possibilidades de pacientes encontrarem sua chance de cura.
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