Após dez anos fechado para reformas, o icônico Palácio Gustavo Capanema reabriu em maio de 2025. Situado no centro do Rio de Janeiro, o prédio que é um marco na arquitetura moderna brasileira retornou com um novo propósito: agora, o edifício está mais atrelado ao uso cultural do que administrativo.
Uma das boas novas é a volta das visitas guiadas, que desde agosto acontecem gratuitamente às quintas e sextas-feiras, ensinando mais sobre o prédio cuja história reúne alguns dos nomes mais famosos do modernismo brasileiro, com direito a projeto do arquiteto Lúcio Costa, jardins de Burle Marx e painéis de Cândido Portinari.
Nos 16 andares do “novo” Capanema, que já abrigaram os Ministérios da Educação e da Saúde Pública, foram acolhidas diferentes instituições voltadas ao patrimônio artístico e histórico, incluindo a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
A parte mais atrativa para o público está nos últimos andares: o 14° e o 15° agora contam com salas multiuso aptas para receber exposições e apresentações artísticas. Além disso, o famoso terraço no 16° andar ganhou um café aberto ao público com vista para a cidade. Também foram reabertos os jardins suspensos de Burle Marx no segundo pavimento.
Visitas guiadas foram retomadas em agosto
Desde 7 de agosto, quem quer conhecer mais da história do Palácio Gustavo Capanema também tem a opção de fazer visitas educativas guiadas.
Gratuitas, elas ocorrem às quintas e sextas-feiras, em quatro horários: às 9h, 11h30, 14h e 15h30, e são conduzidas por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ).
Também há disponibilidade de visitas em inglês, que ocorrem às quintas às 11h30 e às sextas às 15h30.
Todas as visitas devem ser agendadas com pelo menos 24 horas de antecedência, por este link. Os ingressos costumam esgotar rapidamente, então é uma boa ideia marcar sua visita com um bom planejamento prévio.
Mais cor para o centro carioca
Ao todo, a reforma custou R$ 84,3 milhões e também retomou as funções administrativas do prédio, buscando revitalizar a região.
Ocupando três pavimentos do prédio, a Funarte transferiu cerca de 300 funcionários, que estavam em home office, para o Capanema. A mudança, do Edifício Teleporto para a região central do Rio, visava trazer movimento para a área. A fundação é responsável pela sala Sidney Miller, no térreo, que sediará espetáculos teatrais e shows de música.
Já no primeiro pavimento, sobre os pilotis, ficam o Auditório Gilberto Freyre e um salão de exposições, ambos completamente restaurados.No segundo andar, o destaque é o jardim projetado pelo paisagista brasileiro Roberto Burle Marx. Ali, está a famosa escultura “Mulher Sentada”, de Adriana Janacópulos; um painel de Cândido Portinari; e uma sala de exposições.
Do terceiro ao quinto andar, estão as instalações da Biblioteca Nacional. Já do sexto ao oitavo, a ocupação está a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Nesses pavimentos, ficam o Centro de Documentação do Patrimônio e o Centro Lúcio Costa.
O 12° andar, por sua vez, abriga o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e a Cátedra Unesco da Fundação Casa Rui Barbosa. Já o 13° é destinado aos gabinetes do Ministério da Cultura (MinC).
Um marco histórico e cultural
Inaugurado em 1945 por Getúlio Vargas, o Palácio Gustavo Capanema foi projetado por uma equipe renomada. O projeto ficou à cargo de Lúcio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernâni Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, sob consultoria do franco-suíço Le Corbusier.
Tombado pelo Iphan em 1948, o edifício ainda conta com deslumbrantes painéis de Cândido Portinari, jardins suspensos de Burle Marx e diversas obras modernistas. Tudo isso faz com que ele seja considerado um marco da arquitetura moderna no Brasil.
Em 2021, durante o governo Bolsonaro, o palácio quase foi vendido: a construção chegou até a ser colocado em uma lista de imóveis federais que poderiam ser leiloados. No entanto, uma intervenção estadual garantiu a sua preservação como centro cultural.
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