A Lagoa da Pampulha é um dos cartões-postais de Belo Horizonte. Rodeada por obras de artistas e arquitetos brasileiros e com uma orla perfeita para relaxar durante o fim da tarde, ela agora convida moradores e turistas a explorá-la de um jeito totalmente novo: a bordo de um passeio gratuito de barco.

A embarcação será do tipo catamarã, com capacidade para 80 passageiros e três saídas diárias. A inauguração está prevista para acontecer entre dezembro e janeiro, graças aos avanços na despoluição da lagoa, que estava interditada para navegação desde os anos 1960.

Um píer será construído para facilitar o embarque, e o passeio permitirá admirar o conjunto modernista da região – considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco -, de um ângulo inédito.

Apesar das melhorias na qualidade da água, ainda há desafios. Moradores relatam mau cheiro e acúmulo de lixo em alguns trechos, questões que devem ser resolvidas até a estreia do passeio.

História e patrimônio

Criada nos anos 1930, a lagoa tinha como objetivo conter enchentes e ampliar o abastecimento de água, mas logo se tornou espaço de lazer e encontro. Na década seguinte, ganhou projeção internacional com o conjunto modernista em seus arredores, que reuniu Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari.

Entre os pontos mais visitados estão o Museu Casa Kubitschek, a Casa do Baile e o Museu de Arte da Pampulha. No entanto, o destaque da região é, e continua sendo, a Igreja de São Francisco de Assis – também conhecida como “Igrejinha da Pampulha” –, com suas curvas assinadas por Niemeyer. Com o barco turístico, a experiência se amplia, os visitantes poderão observar o conjunto modernista de dentro da lagoa, vendo detalhes que passam despercebidos no passeio tradicional pela orla.

O passeio integra o programa Reviva Pampulha, que prevê investimentos de até R$ 250 milhões até 2028. A maior parte será destinada ao saneamento, com novas redes de esgoto em Belo Horizonte e Contagem. Também estão previstas melhorias nas estações elevatórias e intervenções na orla, reforçando a infraestrutura. A meta é devolver à cidade uma lagoa limpa, capaz de sustentar vida e turismo, e transformar a Pampulha em orgulho para os mineiros.

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