Veja o rosto de múmias colombianas milenares

Pela primeira vez, o rosto de múmias colombianas centenárias foi “desmascarado”. Quatro indivíduos – que viveram nos Andes entre os séculos XIII e XVIII e foram enterrados com máscaras mortuárias – tiveram suas faces digitalmente reveladas e reconstruídas por cientistas da Liverpool John Moores University, na Inglaterra.

Entenda:

Cientistas reconstruíram o rosto de múmias colombianas mascaradas;

Os quatro indivíduos foram enterrados com máscaras de argila, cera e resina sobre todo o rosto e maxilar;

A equipe usou tomografia computadorizada, um software especializado e dados adicionais para a reconstrução digital dos rostos

A textura – poros, rugas, cílios e sardas – foi a parte mais difícil do processo, apontam os pesquisadores.

Equipe reconstruiu rosto de múmias mascaradas. (Imagem: Face Lab/Liverpool John Moores University)

As múmias fazem parte do acervo do Instituto Colombiano de Antropologia e História, e todas apresentam máscaras feitas de argila, cera e resina cobrindo o rosto e maxilar. A prática cultural era comum em outras partes da América do Sul, mas, de acordo com a equipe, estes são os únicos exemplares descobertos na Colômbia até então.

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Equipe reconstruiu rosto de múmias colombianas mascaradas

Processo envolveu tomografia computadorizada, softwares e dados adicionais. (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)

Para reconstruir o rosto das múmias – que pertencem a uma criança, uma mulher de 60 anos e dois homens adultos –, a equipe gerou imagens virtuais em 3D usando tomografia computadorizada. Assim, foi possível remover as camadas de máscara e “desmascarar o crânio digitalmente”, explica Jessica Liu, líder da equipe, à Live Science.

Depois, um software especializado e uma caneta háptica ajudou a sobrepor músculos, tecidos moles e gordura, criando uma espécie de escultura virtual.

Nas múmias masculinas, dados médios de profundidade do tecido facial de colombianos adultos também foram usados para adicionar tecido mole aos dois crânios. Nos quatro indivíduos, músculos foram adicionados e ajustados de acordo com o crânio, e o rosto da criança foi ganhou mais volume com um pouco de gordura. 

Textura foi o maior desafio na reconstrução dos rostos

Múmias colombianas foram “desmascaradas”. (Imagem: Face Lab/Liverpool John Moores University)

A equipe mediu os tecidos ósseos do crânio para encontrar o melhor tamanho e formato de nariz entre várias opções. Ainda, cor de pele, olhos e cabelo foram definidos com base nas características da região. A parte mais difícil foi adicionar rugas, cílios, poros e sardas, conta Liu.

“A textura é sempre o maior desafio, simplesmente porque não sabemos como eles se apresentariam, se têm cicatrizes faciais ou tatuagens, ou se esse é realmente o tom de pele. O que apresentamos em termos de textura é uma representação média, com base no que sabemos sobre esses indivíduos.”

A pesquisadora também destaca que as reconstruções não são retratos precisos, apenas sugerindo “como [os indivíduos] poderiam ter sido, em vez de ‘é assim que eles eram’.”

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