Homem tem as duas pernas amputadas após descobrir infecção rara

Um homem britânico teve a vida transformada da noite para o dia depois de descobrir uma infecção rara que o levou a ter as duas pernas amputadas. Rick Viner, de 70 anos, passeava por Londres com a esposa quando, de repente, perdeu a força nas pernas e não conseguiu mais andar. Horas depois, recebeu a notícia de que precisaria passar por uma cirurgia urgente para amputação por conta de uma infecção.

Rick, que vive em Oxfordshire, na Inglaterra, havia acabado de se aposentar e tinha planos de viajar e aproveitar a nova fase ao lado da esposa, Zena Viner. Segundo a filha, Gemma Brooks, de 36 anos, ele sempre foi um homem ativo e saudável, acostumado a caminhar longas distâncias.

“Meu pai sempre foi muito em forma, caminhava bastante e estava animado com a aposentadoria. Ninguém imaginava que algo assim pudesse acontecer”, contou Gemma em entrevista ao jornal Mirror.

Meses antes do episódio, Rick havia sentido dores nas pernas, mas os sintomas foram atribuídos a causas simples e não receberam a devida atenção médica. No verão de 2021, a situação se agravou.

Durante um passeio pela capital inglesa, as pernas pararam de funcionar de repente. “Ele precisou sentar no meio da rua porque simplesmente não conseguia mais andar”, conta Gemma.

O homem foi levado ao hospital e chegou a recuperar parte da sensibilidade nas pernas, o que inicialmente trouxe alívio para a família. Mas, ao retornar para casa e realizar novos exames para entender o que havia acontecido, veio o choque.

“Disseram primeiro que talvez precisassem amputar uma perna, mas logo depois descobriram que as duas estavam tomadas por coágulos sanguíneos. Foi quando avisaram que ele nunca mais voltaria a andar”, relata Gemma.

Os médicos tentaram dissolver os coágulos com medicamentos e procedimentos menos invasivos, mas o tratamento não teve efeito. Poucos dias depois, Rick passou por uma cirurgia que removeu as duas pernas, logo abaixo dos joelhos.

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Infecção fúngica extremamente rara

O diagnóstico foi uma surpresa até para os profissionais de saúde. Rick tinha aortite por Aspergillus fumigatus, infecção rara e potencialmente fatal causada por um fungo que atinge a aorta, principal artéria do corpo.

A condição pode aparecer como complicação após cirurgias cardíacas. No caso do britânico, o fungo teria se alojado na área onde ele havia colocado uma válvula cardíaca anos antes. “O coração dele bombeava sangue e, junto, espalhava o fungo por todo o corpo. Foi isso que causou os coágulos nas pernas”, esclarece Gemma.

Os médicos disseram que não há cura definitiva e que o tratamento apenas controla o avanço da infecção. “Quando ele foi diagnosticado, disseram que poderia viver dias, meses ou anos. Ninguém sabe ao certo, porque é algo extremamente raro”, afirma.

Desde então, o homem toma cerca de 30 comprimidos por dia, incluindo antifúngicos que ajudam a manter a doença sob controle. “A medicação apenas impede que se espalhe rapidamente”, explica a filha.

Adaptação à nova vida e outras complicações

Mesmo após a amputação, Rick enfrentou outras complicações. Ele precisou passar por uma nova cirurgia para remover parte da perna esquerda por causa de uma infecção óssea. Também sofreu alguns derrames decorrentes dos coágulos, o que afetou a fala e memória.

“Há momentos muito tristes, como quando ele tenta falar e não consegue encontrar as palavras”, conta Gemma. A esposa, Zena, atua como cuidadora em tempo integral, ajudando nas tarefas diárias e no uso das próteses.

Apesar das dificuldades, a família encontrou forças para seguir em frente. “Ele aceitou a cadeira de rodas e tenta manter a mente positiva. É difícil, mas aproveitamos cada dia. Ele era um homem muito ativo, então foi um choque, mas hoje valorizamos cada momento juntos”, destaca.

Família busca criar memórias e apoiar pesquisas

Quatro anos após o diagnóstico, Rick segue em tratamento. Gemma e os irmãos se dedicam a criar boas lembranças ao lado dos pais. “Estamos fazendo muitas viagens, passando tempo juntos. No ano passado fomos em um cruzeiro. Queremos aproveitar enquanto temos essa oportunidade”, compartilha.

Para homenagear o pai, Gemma decidiu participar da meia maratona de Oxford para arrecadar fundos para o Fungal Infection Trust, instituição que apoia pesquisas sobre infecções fúngicas raras. Ela também colabora com a Diabetes UK, pois seu irmão mais novo tem diabetes tipo 1.

“Quando corro, penso em como meu pai pedalava ao meu lado quando eu era criança. É a minha forma de homenageá-lo”, finaliza.

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