O Papilomavírus Humano (HPV) é responsável por cerca de 5% dos cânceres diagnosticados anualmente, atingindo mais de 625 mil mulheres e 69 mil homens, segundo estudo publicado no British Medical Journal. No Brasil, o câncer de colo de útero lidera entre as neoplasias causadas pelo vírus, com previsão de 17.010 novos casos até o fim de 2025. “A transmissão do HPV ocorre principalmente por via sexual, inclusive pelo sexo oral ou pelo contato direto pele a pele”, explica Eduardo Paulino, oncologista da Oncologia D’Or. Ele reforça que a vacinação é o meio mais eficaz de prevenção, já que o uso de preservativos não elimina totalmente o risco de contágio.
Os dados mostram que, enquanto a imunização e o rastreamento reduziram a incidência do câncer uterino em países desenvolvidos, há um aumento de tumores de orofaringe relacionados ao HPV, especialmente entre homens e jovens. No Brasil, pesquisas apontam crescimento dessa associação: em São Paulo, os casos de câncer de orofaringe atribuídos ao vírus subiram de 3,8% para 8,6% entre 1997 e 2013.
Atualmente, a rede pública oferece a vacina quadrivalente a meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de grupos específicos até os 46 anos. Já clínicas privadas disponibilizam a versão nonavalente para pessoas de 9 a 45 anos. O tratamento dos cânceres relacionados ao HPV varia conforme o estágio da doença e pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, imunoterapia.
Como se prevenir além da vacina
A imunização é a forma mais eficaz contra o HPV, mas outros cuidados ajudam a reduzir os riscos. Manter uma vida sexual segura, com uso regular de preservativos, realizar consultas ginecológicas ou urológicas de rotina e evitar múltiplos parceiros são atitudes que diminuem a exposição ao vírus. A higiene íntima adequada e o acompanhamento regular da saúde também reforçam a prevenção.
Exames que ajudam no diagnóstico
Nas mulheres, o exame preventivo Papanicolau é fundamental para identificar lesões precursoras do câncer de colo do útero, permitindo tratamento precoce. Já nos homens, não existe um exame de rastreamento padronizado, mas visitas regulares ao urologista podem ajudar a detectar sinais suspeitos em fases iniciais. Em ambos os casos, a atenção a sintomas como sangramentos, verrugas genitais ou alterações persistentes na garganta merece investigação médica.
Sinais de alerta que não devem ser ignorados
Mudanças persistentes na voz, dificuldade para engolir, dor ou caroço no pescoço podem indicar tumores de orofaringe ligados ao HPV. No caso das mulheres, sangramento fora do período menstrual e dor pélvica recorrente também exigem atenção. Procurar atendimento médico diante desses sintomas é essencial para que o diagnóstico seja feito o quanto antes.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1486, de 12 de setembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.