O impacto das mudanças climáticas na saúde e na segurança dos trabalhadores. Este foi o tema de um evento promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O evento, que serve como uma preparação para as discussões da COP 30, reuniu representantes do governo, do setor produtivo, trabalhadores e especialistas. O objetivo era debater medidas concretas de enfrentamento aos riscos do calor extremo.
Mudanças climáticas colocam em risco milhões de trabalhadores
Os participantes lembraram que o aumento das temperaturas provocado pelas mudanças climáticas impacta milhões de trabalhadores e trabalhadoras no mundo todo. E que é preciso garantir a dignidade de atuação destes profissionais frente aos novos riscos impostos pela crise climática.
O debate ainda destacou que o estresse térmico se configura hoje como um dos maiores desafios impostos ao mundo do trabalho. Daniel Bittencourt, pesquisador da Fundacentro e coordenador do Programa de Mudança Climática e Segurança e Saúde no Trabalho, destacou que cerca de 32,5 milhões de trabalhadores atuam a céu aberto em setores como agricultura, construção civil e pesca, sendo muitos em condições de informalidade e, por isso, mais vulneráveis.
Em meio a este cenário, os especialistas concordaram que a adaptação dos ambientes de trabalho é uma medida urgente, envolvendo o uso de tecnologias acessíveis — como o monitoramento pelo IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo) —, a previsão de ondas de calor, a readequação de jornadas, pausas regulares e a capacitação de trabalhadores e empregadores para identificar sinais de exaustão térmica.
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Medidas também garantem a produtividade
Prosseguindo nas discussões, Joaquim Pintado Nunes, diretor do Departamento de Saúde e Segurança no Trabalho da OIT, ressaltou a importância de incluir a exposição ao calor nas estratégias globais de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
Ele defendeu uma abordagem multissetorial, que envolva reformas legislativas, políticas públicas e suporte técnico, sempre adaptadas às especificidades de cada setor produtivo.
Segundo ele, medidas preventivas simples — como reorganização de horários, pausas regulares, uso adequado de EPIs e climatização dos ambientes — são viáveis e proporcionam benefícios diretos à saúde dos trabalhadores.
Ao mesmo tempo, estas ações garantem a produtividade das empresas.
As informações são da Agência Gov.
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