Os primeiros habitantes do sul da América do Sul preferiam caçar animais de grande porte, como preguiças-gigantes, gliptodontes (tatus enormes) e mastodontes, em vez de presas pequenas e ágeis. É o que mostra um estudo publicado em 1º de outubro deste ano, na revista científica Science Advances.
A pesquisa analisou fósseis de 20 sítios arqueológicos na Argentina, no Chile e no Uruguai, datados entre 13 mil e 11,6 mil anos atrás. Os cientistas constataram que, em 15 desses locais, mais de 80% dos ossos encontrados pertenciam a espécies de megafauna — mamíferos que pesavam mais de 44 quilos.
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Os resultados sugerem que esses grandes animais eram o principal foco de caça e a base da alimentação humana na época. O trabalho também indica que, à medida que essas espécies começaram a desaparecer, os grupos humanos passaram a diversificar sua dieta, incluindo presas menores.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores aplicaram modelos matemáticos que avaliam o custo e o benefício energético da caça de diferentes presas. As análises mostraram que, para os caçadores antigos, capturar um animal gigante oferecia o maior retorno em termos de alimento e energia, compensando o esforço envolvido.
De acordo com os autores, o estudo ajuda a explicar o papel dos humanos no desaparecimento da megafauna da América do Sul, um evento que coincidiu com mudanças climáticas intensas no fim da última era do gelo.
A combinação entre pressão humana e transformação ambiental pode ter sido decisiva para a extinção dessas espécies.
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