Regência Augusta: vilarejo se reinventa após tragédia no litoral capixaba

Na região costeira do município de Linhares, a cerca de 140 km da capital Vitória, a pesca fez surgir um vilarejo às margens do rio Doce, que deságua no Oceano Atlântico. O povoado é a sede do distrito homônimo de Regência Augusta, popular entre os surfistas graças ao mar agitado.

Em 2015, o rompimento da Barragem de Fundão em Mariana (MG), da Samarco Mineração, lançou ao rio uma onda de rejeitos de minério que foram arrastados pelo Rio Doce até desaguar no Oceano Atlântico, atingindo em cheio a população de Regência Augusta. O lugar, até então conhecido pela pesca, precisou se reinventar.

Assim como tantas outras cidades costeiras do Brasil, o distrito tem um passado portuário e indígena. Registros de ocupação humana na região datam de mais de seis mil anos. Após o avanço dos portugueses por lá, a primeira aldeia foi fundada em Regência em 1572, com o objetivo de construir pontos de auxílio para navegadores.

Veja algumas opções de passeios:

O farol

Um dos pontos marcantes de Regência Augusta é um farol de ferro vermelho de 47 metros de altura. Inicialmente, o farol foi instalado na ponta norte da vila, em 1895. Mais tarde, ele foi deslocado para a barra sul e, hoje, a antiga cúpula ocupa uma das praças da localidade.

Antiga cúpula do farol de Regência Augusta, agora apartada da estrutura, é atrativo históricoLorena Monteiro Soares/Wikimedia Commons

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A construção foi um presente da coroa portuguesa em homenagem à bravura de Bernardo José dos Santos, mais conhecido como “Caboclo Bernardo”, um homem comum que lançou-se ao mar para ajudar a resgatar os náufragos do cruzador Imperial Marinheiro, um navio português que colidiu contra uma barra de areia do rio Doce.

O próprio Bernardo também recebeu honrarias da Princesa Isabel e seu feito ficou marcado na história da vila, que todo ano celebra a Festa de Caboclo Bernardo em sua memória, durante o mês de junho.

Centro Ecológico de Regência

A presença de tartarugas marinhas no litoral capixaba é especialmente marcante em Regência. Tanto que por lá existe uma Base Avançada do Centro TAMAR, dedicada à proteção e conservação desses animais. Perto do Farol, o Centro Ecológico de Regência funciona como um ponto de apoio ao trabalho realizado pelo TAMAR na região.

Ossada de jubarte em exibição no Centro Ecológico de RegênciaGustavo Louzada/MTur/Flickr

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O Centro exibe uma mostra com pequenas espécies de tartarugas, ossadas e carapaças dos animais, com destaque para a ossada de uma baleia-jubarte e um exemplar conservado de uma tartaruga-de-couro, ou tartaruga-gigante. A entrada é gratuita e o lugar funciona de terça à sexta, das 8h às 17h, e aos finais de semana das 9h às 17h.

Trilhas ecológicas

As trilhas em Regência são outra forma de aprofundar o contato com a natureza por lá. São quatro trilhas disponíveis. A Trilha do Farol começa no centro da vila e leva até a parte litorânea do distrito.

Já a Trilha do Porto começa nas proximidades do Centro Ecológico e termina na foz do Rio Doce. A Trilha da Ritinha, por sua vez, é bem curta e boa parte do trajeto é através da praia. A Trilha da Mariquinha, por fim, é bem similar, conectando a praia até uma das pousadas do local, a Pousada Tia Mariquinha.

Praia de Comboios

A presença das tartarugas e a importância da flora local motivaram a criação da Reserva Biológica de Comboios em Regência Augusta, uma unidade de preservação federal com mais de 830 hectares.

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No interior da REBIO Comboios ficam os quatro acessos para pedestres que levam à belíssima praia de Comboios, muito frequentada por surfistas que aproveitam o mar agitado.

Nos acessos que separam a vila da praia ficam algumas áreas delimitadas para estacionar os veículos, a fim de preservar a mata nativa.

Mepolinário Watu

Após a tragédia do rompimento da barragem que afetou Regência Augusta, muitos pescadores e outros trabalhadores que dependiam do Rio Doce e suas margens tiveram de se adaptar à nova realidade.

A família do ex-pescador Tunay Oliveira é um desses casos. Com a ajuda da Associação dos Meliponicultores do Espírito Santo, que recebeu uma grande doação da banda Pearl Jam, Tunay montou o Watu Meliponário. O local, batizado com o nome dado pelos povos indígenas ao Rio Doce, é dedicado à conservação de abelhas nativas sem ferrão e à produção de mel.

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Quem quiser, pode visitar o local e aprender tudo sobre as abelhas e essa produção, além de conhecer a importância desses animais no meio ambiente. Para isso, é preciso agendar uma visita pelo telefone (27) 99698-2976 ou no Instagram. O Watu Meliponário recebe visitantes de quinta a domingo, das 9h às 17h, e a entrada é de R$ 40 por pessoa. Crianças até 5 anos não pagam. Valores e condições podem variar conforme a atividade.

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