Noites ruins podem aumentar em 60% a reatividade emocional

Noites ruins podem aumentar em 60% a reatividade emocional

Dormir bem é mais do que descansar: é um pilar fundamental para a saúde mental. Dados da Fundação Oswaldo Cruz mostram que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, como a insônia, que pode se tornar crônica e durar em média três anos, segundo a Associação Brasileira do Sono. Essa condição não só compromete a qualidade de vida, como também eleva o risco de desenvolver transtornos psiquiátricos e metabólicos.

O médico do sono Gleison Marinho Guimarães, professor da Escola MEV Brasil, alerta que noites mal dormidas aumentam a vulnerabilidade emocional e podem elevar em até 60% a reatividade do cérebro a estímulos negativos. Ele explica que a relação entre sono e saúde mental é bidirecional: a privação aumenta a chance de ansiedade e depressão, enquanto esses transtornos prejudicam a qualidade do sono, criando um ciclo difícil de romper.

Para recuperar noites reparadoras,recomenda-se atitudes práticas, como exposição à luz natural pela manhã, horários regulares para dormir e acordar, redução do uso de telas à noite, adoção de rituais de desaceleração e limitação do consumo de estimulantes. Dormir bem, ressalta o especialista, é tão essencial quanto se alimentar de forma equilibrada e praticar exercícios físicos regulares.

O que acontece no cérebro quando falta sono

Durante o sono, o cérebro processa emoções, consolida memórias e regula substâncias como serotonina e dopamina, essenciais para o equilíbrio mental. A privação interrompe esse processo e intensifica a atividade da amígdala, região ligada às reações de medo e irritabilidade. Isso explica por que, após noites ruins, tendemos a reagir de forma exagerada a situações cotidianas.

Como identificar a insônia crônica

Quando a dificuldade para dormir ou permanecer dormindo ocorre pelo menos três vezes por semana durante mais de três meses, o quadro é considerado crônico. Além da sonolência diurna, a pessoa pode sentir lentidão cognitiva, lapsos de memória e queda no desempenho no trabalho. Buscar acompanhamento médico é fundamental, já que o tratamento pode incluir terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicação.

Alimentação que favorece o sono

Certos alimentos contribuem para a produção de melatonina e serotonina, hormônios ligados ao descanso e ao bem-estar. Banana, aveia, nozes, maracujá e leite morno são aliados naturais. Em contrapartida, bebidas com cafeína, álcool e refeições muito pesadas à noite devem ser evitadas, pois dificultam a indução do sono.

Quando é hora de procurar ajuda

Se o cansaço persiste mesmo após uma noite aparentemente longa, ou se há irritabilidade, apatia e dificuldades de concentração constantes, pode haver um distúrbio de sono subjacente. A avaliação com um especialista é o primeiro passo para investigar causas como apneia, ansiedade ou depressão — condições que exigem tratamento direcionado.

A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1487, de 19 de setembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.