Papel vegetal criado por brasileiros pode substituir plástico

Combater a poluição causada pelo plástico é um dos maiores desafios da atualidade. Uma das opções defendidas é simplesmente substituir estes materiais por alternativas mais amigáveis para o meio ambiente.

Uma opção pode vir de uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros. O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) desenvolveu um papel impermeável feito a partir de fibras vegetais e látex natural capaz de substituir as embalagens plásticas no futuro.

Produto é impermeável e biodegradável (Imagem: divulgação/CNPEM)

Papel é resistente e reciclável

Segundo os pesquisadores, o material combina resistência mecânica, impermeabilidade e ação antibacteriana.

Além disso, é biodegradável e reciclável.

A ideia é que o papel vegetal possa substituir embalagens plásticas, sobretudo nos ramos alimentício e cosmético.

Para isso, no entanto, será preciso garantir uma produção em escala industrial.

A equipe afirma que já está em contato com empresas interessadas.

As informações são do G1.

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Papel vegetal pode ser uma alternativa para combater a poluição plástica (Imagem: MOHAMED ABDULRAHEEM/Shutterstock)

Melhor alternativa para o meio ambiente

O novo material é produzido a partir da interação eletrostática entre nanocelulose catiônica, extraída do bagaço da cana-de-açúcar, e látex natural da seringueira. Os pesquisadores explicam que as cargas opostas dessas substâncias se atraem, formando camadas alternadas que revestem o papel com firmeza e estabilidade. A nanocelulose age criando uma barreira densa contra gases e óleos, enquanto o látex confere resistência à água.

Nos testes feitos em laboratório, o papel com cinco camadas reduziu em 20 vezes a passagem de vapor de água e em quatro mil vezes a permeabilidade ao oxigênio. Também atingiu o nível máximo de resistência a óleos e gorduras e eliminou mais de 99% das células da bactéria Escherichia coli após contato direto.

Material não utiliza compostos fluorados (PFAS), responsáveis pela contaminação da água (Imagem: Jana Shea/Shutterstock)

Os resultados foram descritos em estudo publicado no Chemical Engineering Journal e mostram que a combinação pode superar revestimentos convencionais feitos com polímeros sintéticos. Isso descartaria a necessidade do uso de compostos fluorados (PFAS), frequentemente associados a riscos ambientais e à contaminação de solos e águas.

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